Foi divulgado nesta terça (26) no site do Tribunal de Justiça de São Paulo que o Juizado do Torcedor autorizou - pela primeira vez desde a proibição em 1996 - a entrada de bandeiras com mastros, hastes ou suportes nos estádios paulistas.
Mas não é uma liberação total. Os saudosos “bandeirões de bambu” só poderão voltar os estádios mediante autorização da PM que, por sua vez, irá decidir por tamanho, quantidade e setores permitidos, além, claro, dos procedimentos burocráticos que existem para liberação de qualquer material coletivo e que os torcedores organizados já conhecem. Além disso, ainda é possível recorrer desta decisão caso as autoridades julguem que a permissão tenha aberto espaço para novos episódios de violência e perturbação da paz.
Foi o juiz Fabrício Reali Zia quem assinou a decisão no Tribunal do Torcedor em resposta a representação da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) em relação a possibilidade da volta desde tipo de material aos estádios. De acordo com a decisão, se organizada dentro dos procedimentos previstos em lei, esses materiais não representariam uma manifestação de violência, razão pela qual acabaram proibidos quase trinta anos atrás.
“Considerando o espírito da Lei em se permitir o lazer cultural brasileiro, sem se descurar da segurança, é de se conceder a autorização para a entrada de torcedores portando bandeiras, direito que fica condicionado ao intuito de manifestação festiva e amigável”, escreveu o juiz.
A proibição, nos anos 90, veio em decorrência de uma série de episódios de violência envolvendo torcidas organizadas dos principais clubes paulistas. A mais famosa foi a batalha entre torcedores da Mancha Verde e da Tricolor Independente no Pacaembu, em 1995, após a final de um campeonato de base, e que deixou um torcedor morto.