Em várias declarações e entrevistas, o atacante Richarlison, da seleção brasileira e que atua pelo Everton, da Inglaterra, já demonstrou ser um jovem consciente e preocupado com o que acontece no mundo e, especificamente, no seu país. Ao contrário da maioria dos jogadores de futebol brasileiros.
O atleta foi às redes sociais, nesta terça-feira (7), para apoiar os familiares do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, desaparecidos na Amazônia desde domingo (5).
Além disso, ele pediu celeridade e todos os esforços possíveis para que os dois sejam encontrados o mais rápido possível.
“Peço às autoridades, por favor, que atuem com urgência e façam todo o possível para encontrarmos Dom Phillips e Bruno Pereira!”, publicou Richarlison.
O atacante compartilhou o vídeo da esposa de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, pedindo as autoridades para ampliar as buscas na região do Vale do Javari.
Figura diferente no mundo do futebol atual, o jovem de 24 anos gosta de ser irreverente nas comemorações de seus gols, como a imitação do pombo, que já virou uma marca. Porém, sabe a hora de falar sério.
Além disso, faz questão de frisar que não chegou ao topo na carreira porque faz gracinhas. “Estamos falando de seleção brasileira. Todo dia surge um atacante novo aí, na minha posição a disputa está bem grande. Mas eu estou na seleção não é porque fico de gracinha ou porque fico brincando com meus companheiros. É porque jogo meu futebol lá no Everton e quando venho aqui dou minha vida, faço meus gols, faço meu melhor. Por isso eu visto essa camisa com a maior alegria e faço meu melhor trabalho possível”, destacou.
Jogador é crítico feroz de Bolsonaro: “Duvido muito que hoje um brasileiro possa aplaudir”
Em uma entrevista ao diário esportivo argentino Olé, em setembro de 2021, Richarlison fez críticas ferozes ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e se mostrou bem politizado, ainda que tenha evitado citar diretamente o nome do presidente. Ele quebra o paradigma do boleiro despolitizado, fútil e evangélico, que virou marca das últimas safras no país.
“Duvido muito que hoje um brasileiro possa aplaudir, com tudo o que acontece. À medida que os preços, a inflação, a fome e o desemprego disparam, muitos políticos estão preocupados com suas próprias causas. E eles são sempre os mesmos, fazendo as mesmas coisas. As pessoas devem estar cientes de que se não mudarem para eleger seus representantes locais para presidente da República, tudo continuará como está. O poder está em nossas mãos quando se trata de votar e escolher quem nos representará. A maioria é soberana. Mas realmente precisa ter esse desejo de mudança e exigir com firmeza seus escolhidos”, falou.
Nascido em Nova Venécia, no Espírito Santo, e de origem humilde, o engajado jogador que estourou no Fluminense e foi abrilhantar uma das principais equipes do futebol inglês conta que sempre quer agir para mudar a realidade das pessoas em condições socioeconômicas difíceis.
“Vejo a situação das pessoas e quero tentar mudar alguma coisa. Eu sei que o que faço é muito pouco para o que eles precisam. Não posso mudar a realidade de todos, mas se conseguir mudar a mentalidade das pessoas que podem ajudar e não ajudam, vou me sentir vitorioso. Eu quero ser um exemplo positivo. A maior alegria que tenho é ver o sorriso no rosto das pessoas e saber que fiz algo de bom por alguém. Isso não tem preço”, afirmou.