O comentarista esportivo e ex-jogador, Walter Casagrande Jr., voltou a fazer duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), durante participação no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, na Rede Globo.
Visivelmente emocionado pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, Casagrande comparou este caso com o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Até hoje, não se sabe quem foi o mandante do crime
“Eu queria falar uma coisa, como cidadão brasileiro. Eu queria falar para as famílias dessas pessoas que o Brasil não é perverso, o Brasil não é psicopata. O Brasil está perverso e está psicopata. Nós temos um governo covarde, mentiroso, perverso e muito cruel”, destacou Casão.
“Então, a crueldade está tendo aval. As pessoas não estão tendo mais medo de serem cruéis. Elas não têm medo de ofender, de atacar, de serem racistas, homofóbicas, preconceituosas. Tudo com aval, essas pessoas se soltaram. Isso machuca a gente”, acrescentou.
Familiares de Dom Phillips afirmam ter “poucas esperanças” para desfecho positivo
Em entrevista à BBC, Sian Phillips e Paul Sherwood, respectivamente irmão e cunhado de Dom Phillips, declararam que esperam que o desaparecimento do jornalista britânico e do indigenista, Bruno Pereira, seja desvendado para que "a Amazônia seja um lugar onde jornalistas possam reportar a verdade".
Dom Phillips e Bruno Pereira estão desaparecidos há mais de uma semana, quando saíram para fazer um trabalho de campo no Vale do Javari, região remota da floresta Amazônica. Os trabalhos de buscas encontraram, até este momento, as mochilas de Pereira e Phillips e uma víscera, que passa por perícia. À Fórum, Beto Marubo, coordenador da União dos Povos do Javari (Univaja), afirmou que não foram encontrados corpos.
Os familiares de Dom Phillips revelaram ter poucas esperanças para um desfecho positivo do caso. "À medida que os dias foram passando, eles (indígenas envolvidos nas buscas de Phillips e Pereira) passaram a se referir cada vez mais ao meu irmão e a Bruno no passado", relata Sian.
"Esperamos que as autoridades descubram o suficiente para desvendar o crime. Porque esta uma das coisas que queremos: justiça. Porque queremos que a Amazônia seja um lugar aonde jornalistas possam ir e reportar a verdade. E no momento há muita gente que não quer que essa verdade venha à tona", afirmou Paul Sherwood, cunhado de Phillips.