O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, resolveu fazer um desabafo de protesto contra Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (31), em um local inusitado: durante uma partida do torneio de tênis de Roland-Garros, um dos mais importantes do circuito, em Paris, na França.
Kakay gritou “Fora Bolsonaro” do local onde se encontrava na plateia, no início do jogo entre o alemão Alexander Zverev e o espanhol Carlos Alcaraz, pelas quartas-de-final da competição. O alemão venceu por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 6/4, 4/6 e 7/6.
“Era uma forma de chamar a atenção pela forma como estão tratando o Brasil aqui fora. Nós éramos tratados, antigamente, com um respeito enorme e hoje as pessoas perguntam com tristeza o que está acontecendo com o país. Questionam como é possível um chefe de Estado com esse perfil, que faz apologia à tortura, fala mal das mulheres, dos negros e não tem nenhuma decência, governar o país”, relata o advogado.
"O Moro é um hipócrita", já declarou Kakay
O criminalista é um crítico obstinado do governo Bolsonaro e do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Recentemente, rebateu, com indignação, a postura do ex-juiz. Ele minimizou a ação criminosa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que causou a morte de Genivaldo de Jesus Santos.
Moro publicou nas redes sociais que a atuação dos agentes foi “lamentável”, mas fez questão de contar uma mentira para defender a PRF: a de que “a violência policial é rara”.
“A banalização da vida é um reflexo do autoritarismo do Judiciário que esse ex-juiz representa. É inacreditável a ousadia, a desfaçatez de um cidadão como Moro, que pretende representar a população através do voto, dizer algo tão inimaginável, afirmou Kakay à Fórum.
Genivaldo foi covardemente asfixiado em uma espécie de câmara de gás feita por agentes da PRF no porta-malas de uma viatura, durante abordagem em uma rodovia de Umbaúba, em Sergipe. Ele morreu em um hospital, na quarta-feira (25).
“O Moro é um hipócrita. Isso é a cara dele. Violência policial não se dá por explosão espontânea. Ela se dá representando o Estado policialesco. E o Moro é o pai e a mãe do Estado policialesco”, apontou Kakay.