O presidente Jair Bolsonaro, dedicado exclusivamente ao lazer e a eventos de campanha, mesmo diante de um país que enfrenta uma onda de miséria e empobrecimento, foi na manhã deste domingo (17) à Vila Belmiro acompanhar o jogo entre Santos e Coritiba, em rodada válida pelo Campeonato Brasileiro. Só que a recepção ao chefe de Estado extremista, à exceção do séquito de bajuladores e radicais que o acompanha nessas ocasiões, não foi nada calorosa.
Assim que foi notado na tribuna de honra do mítico estádio, as arquibancadas o xingaram em coro, puxado pela maior organizada do clube do litoral paulista, a Torcida Jovem. “Ei, Bolsonaro... Vai tomar no cu” foi o grito que predominou contra o líder ultrarreacionário, repetido ainda várias vezes durante o jogo, que terminou com a vitória do Peixe por 2 a 1 contra o Coxa.
Bolsonaro chegou à Vila Belmiro às 10h40, cerca de 20 minutos antes do início da partida. Ele veio de Guarujá, cidade insular vizinha, onde costuma passar suas férias e feriados com gastos vultosos pagos pelo contribuinte. No caminho, como é comum, fez suas aparições públicas na janela do automóvel presidencial, acenando para seus seguidores fanáticos e sendo xingado por muita gente também.
No intervalo do jogo, depois de muitas menções pouco honrosas vindas do público, o presidente de extrema direita preferiu circular na parte interna dos sócios e diretores do time da Baixada Santista, sempre acompanhado por sua equipe de marketing, que registrava cada aperto de mão. As imagens possivelmente serão usadas em suas redes digitais de desinformação, onde ele se apresenta como um ávido trabalhador à frente do país e é tratado como um deus por seus fãs, embora seja visto pela maior parte dos brasileiros e pela opinião pública nacional e internacional como um desequilibrado autoritário pouco afeito às obrigações que seu cargo exige.
Sua ida ao estádio do Alvinegro Praiano ainda suscitou uma outra polêmica. No Estado de São Paulo, o ingresso em eventos esportivos e culturais só pode ocorrer com a apresentação do comprovante de vacina contra a Covid-19, ou mediante um exame de PCR realizado menos de 72 horas antes do início da apresentação. É sabido por todos que Jair Bolsonaro não se vacinou, pelo menos oficialmente. Também é pouco crível que ele tenha se submetido a algum tipo de exame para entrar no local, já que gosta de desfilar seu poder, sempre contrariando o bom senso, já que a personalidade perturbada e conflituosa do atual ocupante do Palácio do Planalto é um dos traços mais admirados por seus súditos.
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