Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, maior astro da história do futebol falecido nesta quinta-feira (29), em São Paulo, tem uma faceta pouco conhecida. Para além dos gols, títulos e belas jogadas dentro de campo, e da idolatria dos amantes do futebol, ele também foi ator ao longo da vida, tendo feito participações em uma porção de filmes, séries e novelas.
Entre as estrelas que já contracenaram com o Rei do Futebol estão os hollywoodianos Sylvester Stallone e Michael Caine e as brasileiras Luiza Brunet e Vera Fischer.
A primeira participação do Rei Pelé na televisão ocorreu em 1967, quando esteve um episódio da série Família Trapo. No enredo, Ronald Golias, mais conhecido como Bronco no universo da série, fica muito irritado quando é substituído por Pelé no time de futebol que tem com os amigos.
Dois anos depois, o Rei Pelé estava na novela “Os Estranhos”, da TV Excelsior, que contava a história de alienígenas chegando à Terra. Pelé foi Plínio Pompeu, um escritor que vivia isolado em uma ilha, exatamente o local de onda chegavam “os estranhos” visitantes.
Em 1971, um depois de ser tricampeão do mundo, o Rei estreou no cinema em “O Barão Otelo no Barato dos Bilhões”, com Grande Otelo interpretando João Sem Direção, um homem simples que vive de "viração", segundo os jovens de hoje, o que na época era conhecido como “viver de bico”. Entre esses bicos, era gandula do Maracanã. Na trama, Pelé é o Doutor Arantes, dono de um banco para quem Grande Otelo pede dinheiro emprestado.
Logo no ano seguinte o Rei Pelé também estrelou o filme “A Marcha” (1972). Ambientado em período anterior à abolição da escravização, Pelé é Chico Bondade, um ex-escravizado que lidera uma marcha contra o sistema escravista.
Após 8 anos, o Rei voltou às telonas, em 1980, com “Os Trombadinhas”. Nesse filme ele interpreta a si mesmo, mas ao invés de ser jogador, atua como técnico das categorias de base do Santos. Revoltado com as condições de vida dos meninos que tentam a vida no futebol, o Rei move montanhas para mudar o mundo. O curioso é que nesse filme Pelé também foi um dos autores do enredo, ao lado do roteirista Carlos Heitor Cony.
Em 1981, o Rei participou de "Fuga para a Vitória" com Sylvester Stallone e Michael Caine, além dos também futebolistas Osvaldo Ardies, Bobby Moore e Kazimiers Deyna. Eles interpretam prisioneiros de guerra que treinam para uma partida de futebol contra a Alemanha nazista em paralelo com um plano de fuga.
Já em “A Vitória do mais fraco”(1985), de Terrell Tannen, Pelé interpreta o treinador de um time de crianças órfãs. No ano seguinte, 1986, fez “Os Trapalhões e o Rei do Futebol” ao lado de Cardeal (Renato Aragão), Elvis (Dedé Santana), Fumê (Mussum) e Tremoço (Zacarias). O quarteto trabalhava como roupeiro de um time de futebol e acabam assumindo o comando após a demissão do técnico. Pelé é o repórter esportivo que acompanha a trajetória dos Trapalhões; a direção é de Carlos Manga. Luiza Brunet também estava no elenco.
Em Hotshots (1986), Pelé interpreta a si mesmo, como o mentor de Jim Youngs, que faz o papel de um jogador de futebol dos EUA em busca do sucesso no esporte. O Rei também participou de Pedro Pico de Ipojuca Pontes e das novelas Salvador da Pátria (1989), História de Amor (1995) e O Clone (2001). Nesta última, aparece de surpresa em um episódio ao visitar a amiga, Dona Jura, em um boteco carioca. Ele ainda foi homenageado em episódio de Os Simpsons, em 1997, onde aparece na final da Copa do Mundo, entre México e Portugal, brincando com a fama de ter uma péssima noção de geografia dos estadunidenses.