A Justiça australiana determinou nesta segunda-feira (10) que o tenista Novak Djokovic, atualmente o número 1 do mundo, seja liberado da detenção temporária e que o cancelamento do seu visto seja anulado.
Ele estava detido numa sala do serviço de imigração da Austrália, no aeroporto de Melbourne, após embarcar para a nação da Oceania para disputar o Australian Open sem ter recebido as vacinas contra a Covid-19.
Segundo o juiz Anthony Kelly, o Ministério de Assuntos Internos da Austrália deverá pagar os custos de Djokovic conforme acordado ou avaliado. Todos os seus pertences, incluindo o passaporte, devem ser devolvidos a ele “assim que for razoavelmente praticável”.
O advogado do governo federal disse a decisão será cumprida, mas que o Ministro da Imigração, Cidadania, Serviços para Migrantes e Assuntos Multiculturais consideraria “se deve exercer um poder pessoal de cancelamento”. Em resposta, Kelly deixou claro que gostaria de ser informado se o processo legal se arrastasse.
Djokovic, negacionista número 1 do tênis
Djokovic teria conseguido uma autorização especial para entrar no país sem apresentar comprovantes de imunização, mas o escândalo do caso aparentemente fez as autoridades australianas voltarem atrás. O atleta é um conhecido e inveterado negacionista, abertamente contrário aos imunizantes que previnem formas graves da doença provocada pelo Sars-Cov-2.
Pelas leis da Austrália, todos os viajantes que chegam ao país, inclusive os jogadores do importante torneio de tênis, assim como suas equipes e outros participantes do campeonato, devem apresentar o comprovante de vacinação para serem liberados no aeroporto.
Os que puderam comprovar algum impedimento de saúde que justifique o não recebimento das doses precisarão ser avaliados por uma junta médica independente. Djokovic conseguiu assim a sua permissão, mas o episódio tornou-se um fuzuê nacional e ele acabou sendo barrado pelos agentes.
Cobrado pela população, o governo australiano foi obrigado a se pronunciar nas redes sociais explicando a tal autorização excepcional concedida ao tenista, que ainda assim não valeu para sua liberação. O tom do texto deixa transparecer a saia justa em que a gestão do primeiro-ministro Scott Morrison se meteu ao ceder às pressões antivacina de Djokovic, num país que tem um dos conjuntos de regras para imunização mais rígidos do mundo.