Um relatório de um servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que a CBF teria buscado o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), para impedir a interrupção jogo entre Brasil e Argentina, no sábado. A agência paralisou o confronto em razão da presença de 4 jogadores que fraudaram documento de migração. A partida era válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.
"Por volta das 16:45 – Fui abordado pelo Sr. Ednaldo Rodrigues – Presidente da CBF informando que estava em contato com a Casa Civil e se eu poderia falar com o Sr. Ministro Ciro Nogueira, neguei o contato e informei que se dirigisse à diretoria da Anvisa a qual me encontrava subordinado visto que se tratava de ação sanitária e legal", diz trecho do documento, obtido pelo jornal O Globo.
Em nota enviada aos jornalistas André de Souza e Paula Ferreira, a CBF negou o contato.
O presidente da entidade diz que "não falou sobre esse ou qualquer outro assunto com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, sequer tem seu contato telefônico".
Além do presidente da CBF, outros dirigentes também teriam pressionado o agente da Anvisa. Sergio Ribas, vice-presidente da Comissão de Governança e Transferência da Conmebol, seria um deles. RIbas solicitou o telefone dos superiores do funcionário.
O documento destaca que as entidades esportivas não colaboraram em nenhum momento com a Anvisa para que não chegasse a esse ponto.
"Salientamos a falta de colaboração no cumprimento das medidas sanitárias, pelos envolvidos (CBF, CONMEBOL, AFA e os próprios jogadores de futebol), que aparentemente de forma deliberada obstruíram e constrangeram servidores públicos em cumprimento de ação em prol da saúde pública do povo brasileiro, com base na legislação brasileira vigente", diz trecho do relatório.
Com informações de O Globo