Autor do quarto gol da vitória por 4 a 2 na estreia da seleção brasileira nas Olimpíadas de Tóquio, quando simulou uma flecha para homenagear o orixá Oxóssi, o atacante Paulinho agradeceu a mais uma entidade das religiões de matriz africana pela conquista do ouro olímpico neste sábado (7) no Estádio Internacional de Yokohama.
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"Nunca foi sorte, sempre foi Exu", publicou o jogador nas redes com a medalha.
De família com forte ligação com o Candomblé e a Umbanda, Paulinho rompe com o estereótipo da religião na seleção, onde a maioria dos atletas são cristãos e boa parte evangélicos.
"Eu nunca sofri preconceito diretamente, mas a gente sabe que tem o preconceito no país. É como você falou, é escolha de cada jogador. Eu sempre fui bem instruído, tenho minha cabeça tranquila. Cultuar minha religião tranquilamente bem. Nunca também dei brecha para sofrer preconceito, porque eu sempre impus respeito a todos e todos viam como eu respeitava, então todos me respeitavam no meu ambiente de trabalho. Para mim, isso nunca foi um problema, me sinto tranquilo, cultuando minha religião com muito orgulho e sou muito feliz", disse em entrevista à ESPN após a estreia do Brasil nos jogos.
Paulinho afirma ainda que vê a umbanda como uma filosofia de vida. "Nem digo que é uma religião, é uma filosofia de vida. Está dentro de nós, é muito pessoal. É algo que nos move, que eu me sinto honrado, orgulhoso de estar vivenciando. Acredito muito também no meu potencial, no que posso agregar, então, juntando tudo, fica maravilhoso".