ONG de Léo Moura receberá R$ 34,8 milhões do governo Bolsonaro

Recursos vieram por meio de emendas parlamentares e tiveram apoio de Davi Alcolumbre e de parlamentares ligados a Bolsonaro, como Carlos Jordy

Léo Moura, ministro da Cidadania, João Roma e David Alcolumbre. Foto: Instagram
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O Instituto Léo Moura, ONG do ex-jogador de mesmo nome do Flamengo e do Grêmio, deve firmar convênios de pelo menos R$ 34,8 milhões com o governo em 2021. O feito só foi possível graças à gestão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) e de congressistas aliados.

Este é o maior repasse previsto até agora para uma única entidade em ações federais ligadas ao esporte no ano das Olimpíadas. Além disso, o valor se aproxima de todo o pagamento de bolsa a atletas feito em 2020 (R$ 44 milhões) e cerca de 25% dos R$ 145,2 milhões previstos para apoiar os mesmos competidores neste ano.

Com apoio do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), a ONG com sede no Rio de Janeiro planeja levar atividades a todos os 16 municípios do Amapá, formando 20 núcleos no estado.

A entidade deve saltar de 15 polos para 60 em cidades do Rio de Janeiro, abrir mais 2 no Acre, um no Paraná e outro em Brasília.

O orçamento do governo Bolsonaro para ações ligadas ao esporte é de R$ 837 milhões em 2021. Até agora foram empenhados R$ 321,9 milhões e pagos R$ 43 milhões. Esse orçamento não considera patrocínios das estatais ou dos comitês esportivos.

O ex-atleta já demonstrou apoio ao presidente Bolsonaro nas redes sociais. Em 2020, pediu voto ao candidato do PCT à prefeitura de Niterói, Allan Lyra, que terminou a disputa em terceiro.

"Eu estou no projeto, junto com deputado [federal] Carlos Jordy [PSL-RJ] e o presidente Bolsonaro", disse o ex-atleta em vídeo compartilhado por Jordy.

A ONG de Léo Moura tem um repasse de verbas federais previsto em 2021 superior à soma de todos os gastos autorizados pelo governo para promoção do paradesporto nacional (R$ 6,7 milhões), gestão do legado olímpicos e paraolímpico (R$ 20 milhões) e implementação da infraestrutura esportiva de alto rendimento (R$ 9,8 milhões).

O Ministério da Cidadania, que abriga a Secretaria de Esportes, afirma que os novos convênios com a ONG ainda estão na fase de formalização. A pasta disse que a articulação pela indicação é toda dos congressistas que apresentaram as emendas.

"Vale informar que o atestado de capacidade técnica apresentado pela instituição cumpre os critérios legais", disse o ministério.

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