A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg, que joga a final do Super Praia na manhã desta sexta-feira (25), se posicionou mais uma vez contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) durante entrevista.
Sem citar o nome do presidente, a atleta afirmou que tem sido difícil “ficar jogando sem falar sobre o que está acontecendo”
A gente tá trabalhando pra caramba, tá sendo difícil. Já foi o tempo em que dava pra ficar aqui jogando sem falar sobre o que tá acontecendo.
“Eu não consigo”, desabafou a jogadora. “A gente ter mais de 500 mil mortes. São mais de 500 mil famílias totalmente espedaçadas. Eu não consigo, adoraria poder falar sobre o jogo, mas pra mim é impossível. Então toda a minha solidariedade a essas famílias, de verdade”, disse.
Carol lembrou também que “muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se a gente tivesse comprado as vacinas, então é muita indignação, muita. Então é isso, é focar amanhã na final e toda a minha solidariedade a essas famílias”.
Advertência
Em 2020, Carol Solberg foi advertida em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Voleibol por gritar “fora Bolsonaro”. Ela foi condenada, por três votos a dois, com base no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por descumprir regulamento, com multa convertida em advertência. Os auditores, porém, deixaram claro que Carol não pode voltar a se manifestar politicamente na quadra de jogo.
Advertência derrubada
Logo a seguir, no entanto, o Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) derrubou a advertência aplicada à jogadora de vôlei Carol Solberg em primeira instância por ela ter gritado “Fora, Bolsonaro” durante entrevista ao vivo na televisão.
O placar terminou em 5×4 em favor da derrubada da punição aplicada pela 1ª Comissão Disciplinar.
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“Não há tipificação no sentido de vedar conduta de expressão política. Tampouco pode-se afirmar que a conduta da atleta tenha prejudicado a CBV, patrocinadores e parceiros privados. A personalidade atingida pela fala da atleta não tem ligação direta com a CBV, com os patrocinadores e parceiros comerciais. A CBV é entidade privada e a despeito de receber verbas públicas gosta de autonomia desportiva e não possui subordinação ao poder estatal”, disse o auditor Tamoio Athayde Marcondes durante a votação.