A maioria das pessoas que acompanha futebol esperava que Palmeiras e Bayern de Munique protagonizassem a grande final do Mundial de Clubes da Fifa. No entanto, o time brasileiro decepcionou e perdeu a semifinal para o Tigres, do México, por 1 a 0, neste domingo (7).
O fracasso do Palmeiras não deve ser encarado como um fato isolado, “coisas do futebol”, como dizem. É, sim, o retrato da decadência do futebol brasileiro, que não conquista um título internacional importante há alguns anos, talvez com exceção do Flamengo, campeão da Libertadores em 2019, mas que sucumbiu ao Liverpool no Mundial.
O último título de um clube brasileiro nesta competição foi do Corinthians, no longínquo 2012. Já a seleção brasileira, se formos falar em Copa do Mundo, não é campeã desde 2002, o que ratifica a ideia de que deixamos, há alguns anos, de ser “o país do futebol”.
A relação que o torcedor tinha com a seleção não existe mais. Há algumas explicações para este fenômeno. Os clubes brasileiros, mal administrados, não conseguem manter as principais revelações e vendem os jogadores jovens, rapidamente, às primeiras propostas do futebol do exterior. Com isso, o torcedor perdeu o vínculo com sua seleção.
Além disso, o fato de os principais jogadores brasileiros atuarem no futebol internacional, fragiliza os clubes, o que se reflete na falta de conquistas.
Agravante
No caso do Palmeiras, há um agravante, que talvez tenha contribuído para a derrota deste domingo: um dia antes de enfrentar o Tigres, dois jogadores do time conversaram, pelo celular, com Jair Bolsonaro, que se diz palmeirense.
Felipe Melo, antigo apoiador do presidente, foi um dos jogadores. O outro foi Breno Lopes, autor do gol contra o Santos, que deu o título da Libertadores ao Palmeiras.
No mesmo dia, Bolsonaro foi às redes sociais e postou: “Na próxima quinta-feira seremos bi mundiais”, se referindo ao dia da final. Que o palmeirense me perdoe, mas é bem provável que o pé frio do presidente tenha influenciado o resultado do jogo.