A Federação Internacional de Handebol de Praia comunicou que está reformulando as regras sobre uniformes das atletas da modalidade em todo mundo, que até então obrigavam o uso de biquíni em competições oficiais, e que não exigirá mais o uso da vestimenta.
A mudança veio após um episódio visto como a “revolta norueguesa”, ocorrido em julho deste ano, quando as jogadoras da nação escandinava se recusaram a colocar a pequena peça de roupa para disputar o campeonato europeu da modalidade, realizado na Bulgária.
Pelo novo regramento, que ainda não foi divulgado na íntegra, as atletas poderão usar shorts que fiquem até 10 centímetros acima do joelho, deixando para trás a roupa de banho incômoda para a prática do esporte, mas especialmente vista como uma forma de objetificar o corpo da mulher, uma vez que para os homens esse tipo de indumentária nunca foi exigido.
Revolução norueguesa
A seleção feminina norueguesa de handebol de praia se recusou a usar biquíni em partidas do campeonato europeu, realizado na cidade Varna, na Bulgária, em julho de 2021, e foi ameaçada de multa por parte da Federação Internacional de Handebol (IHF).
Por outro lado, o time ganhou apoio do governo norueguês e de milhares de internautas. Durante a partida contra a Espanha, quando disputaram a medalha de bronze, as jogadoras entraram em campo com shorts.
A Federação já havia alertado que, caso jogassem com “shorts não regulamentados” que elas poderiam ser multadas em 50 euros por jogadora. Após a ameaça da Federação Europeia, a federação norueguesa declarou que estava “pronta para pagar”, ainda que a multa jamais tenha sido cobrada.
O debate sobre a utilização da parte inferior do biquini já havia sido abordado pela Federação da Noruega que havia pedido à Federação Europeia permissão para que as suas jogadoras utilizassem shorts. Não houve acordo.
Por fim, além do apoio da Federação da Noruega, as atletas também receberam apoio e mobilizaram um grande debate nas redes.