Fã de Senna, Lewis Hamilton volta ao Brasil após dois anos para o GP da Fórmula 1

Primeiro título da carreira do piloto foi conquistado em Interlagos. No 1º treino livre desta sexta-feira (12), ele fez o melhor tempo da sessão, à frente de Max Verstappen e Sergio Pérez

Reprodução/Twitter
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Primeiro piloto negro de sucesso e maior campeão da história da Fórmula 1, Lewis Hamilton é ativista contra o racismo, fã de Ayrton Senna e amante do Brasil. Neste final de semana, ele participa do GP de São Paulo, que acontecerá em Interlagos.

Ao que tudo indica, a sorte já está ao lado de Hamilton. No 1° treino livre, evento que "abre as portas" para a corrida deste domingo, ele fez o melhor tempo da sessão, à frente de Max Verstappen e Sergio Pérez, ambos da Red Bull. Valtteri Bottas, parceiro do heptacampeão, foi o 4°, e Pierre Gasly (AlphaTauri) fechou o top 5.

Fã de Ayrton Senna

Hamilton volta ao Brasil após dois anos longe do país. O primeiro título que o piloto ganhou na carreira foi, inclusive, em Interlagos, quando ultrapassou Timo Glock na última volta, superando o brasileiro Felipe Massa na pontuação.

Em entrevista coletiva organizada pela patrocinadora principal da Mercedes, a Petronas, ele lembrou a primeira vez que veio ao Brasil.

“Cresci jogando jogos de futebol de videogame, e eu sempre joguei com o Brasil, adorava a cor da Seleção, o amarelo era parecido com meu capacete de corrida. E o Ayrton [Senna]. Mas eu nunca tive um contato mais próximo, pessoal, com o Brasil. Quando eu cheguei [pela primeira vez], fiquei muito emocionado. Toda vez que eu volto, vejo esse carinho dos fãs e entendo mais sobre a beleza do país”, afirmou, segundo o site Grande Prêmio.

Além disso, revelou que já foi convidado algumas vezes a passar as férias aqui e que ainda pretende conhecer o país, mas quando parar de correr. "Vou certamente passar bastante tempo no Brasil. Quero passar mais tempo no Rio de Janeiro, por exemplo", disse. "Tenho amor e afeto tão grandes pelo Brasil, é como se fosse meu lar", completou.

Nesta quinta-feira (11), Hamilton publicou uma arte em que aparece ao lado de Ayrton Senna, a quem chamou de "a maior inspiração".

“Minha maior inspiração. Era a forma como ele corria, sua paixão pela vida e pelo esporte. Mas, mais do que tudo, foi a maneira como ele enfrentou sozinho um sistema que nem sempre foi gentil com ele. Que o legado de Aryton Senna viva para sempre, especialmente neste fim de semana vibrante”, escreveu o heptcampeão.

https://twitter.com/LewisHamilton/status/1458872051977048071?s=20

Ativista contra o racismo

Ativista contra o racismo, Hamilton levou a categoria mais importante do automobilismo a adotar medidas de combate à prática. Ele se pronunciou, inclusive, sobre o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que morreu após ser brutalmente espancado por dois seguranças brancos do Carrefour em Porto Alegre (RS).

“Devastado ao saber desta notícia, outra vida negra perdida mais uma vez”, escreveu Hamilton. “Isso ainda está acontecendo e nós temos que lutar para fazer com que pare de ocorrer. Envio todos os meus pensamentos e orações para vocês no Brasil. Descanse em paz João Alberto Silveira Freitas.”

O heptacampeão de Fórmula 1 também postou nas redes sociais um vídeo das manifestações de abril de 2021 contra Jair Bolsonaro, que tomaram conta das ruas do país. No vídeo, aparecem imagens aéreas da Avenida Paulista, em São Paulo, repleta de manifestantes. “Meu coração está com vocês Brasil”, escreveu. 

Durante o mês de maio de 2020, quando a Fórmula 1 estava paralisada por causa da pandemia do coronavírus, o piloto foi para as ruas protestar contra o assassinato do homem negro, George Floyd, por um policial branco, nos Estados Unidos.

Nos meses seguintes, ele passou a se ajoelhar antes de cada corrida, gesto contra o racismo, e usava sempre camisas e máscaras do movimento “Vidas Pretas Importam”.

No Grande Prêmio da Toscana, o piloto foi ao pódio vestindo uma camisa com a seguinte mensagem: “Prenda os policiais que mataram Breonna Taylor”, em referência a mais um caso de assassinato por violência policial nos EUA.