O senegalês Lamine Diack, 87 anos, ex-presidente do órgão que congrega as federações de atletismo do mundo, foi condenado nesta quarta-feira (16), na França, a quatro anos de prisão, mas dois deles foram suspensos. A acusação é que ele aceitou propinas de atletas suspeitos de doping, para encobrir os resultados dos testes e permitir que continuassem competindo. O episódio envolveu atletas russos e abarcou inclusive competições na Olimpíada de Londres 2012.
Diack presidiu a World Athletics (antes Associação Internacional de Federações de Atletismo) entre 1999 e 2015. Também foi integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI). O escândalo pelo qual ele foi condenado remonta a ações desde 2011.
Segundo os promotores, Diack pediu o equivalente a 3,45 milhões de euros de atletas suspeitos de uso de drogas para evitar que fossem descobertos.
O tribunal também considerou Diack culpado de aceitar dinheiro russo para ajudar a financiar uma campanha política em seu país. De acordo com a acusação, o ex-dirigente esportivo recebeu recursos para a candidatura de Macky Sall nas eleições presidenciais de 2012, no Senegal. Em troca, Diack deveria atrasar os procedimentos antidoping.
O juiz considerou que as ações do ex-saltador “minaram os valores do atletismo e da luta contra o doping”. A descoberta posterior do escândalo levou a uma suspensão de atletas russos em competições internacionais.
Diack foi condenado a quatro anos de prisão, dois dos quais foram suspensos, e a pagar multa de 500 mil euros.