O zagueiro espanhol Álvaro González, responsável pelas ofensas racistas contra o jogador Neymar na derrota do Paris Saint-Germain para o Olympique de Marselha neste domingo (13), é apoiador do partido de extrema direita espanhol Vox. No Twitter, González já curtiu diversas publicações sobre a legenda, que defende a ditadura franquista e controle sobre a imigração na Espanha.
Neymar foi expulso após uma grande confusão no final do jogo, em que o Olympique venceu o PSG por 1 a 0 pelo campeonato francês. O brasileiro discutiu com González por conta das ofensas racistas. A expulsão se deu após o VAR – vídeo que auxilia a arbitragem – pegar um cascudo dado por Neymar durante a confusão.
Um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), possui relações próximas com o Vox. Em junho deste ano, por exemplo, ele entrevistou o presidente do partido, Santiago Abascal, por meio de videochamada.
Além disso, em fevereiro, o deputado se encontrou com Abascal e outros membros do Vox na CPAC (sigla em inglês da Conferência da Ação Política Conservadora), evento que reúne os principais representantes da extrema direita mundial. Em publicação nas redes sociais, o deputado tietou a delegação do partido e escreveu "estamos juntos".
Bolsonaro, no entanto, saiu em defesa de Neymar nesta segunda-feira (14). O presidente compartilhou a publicação em que o jogador diz ter sido alvo de insultos racistas do zagueiro. “VAR pegar a minha 'agressão' é mole … agora eu quero ver pegar a imagem do racista me chamando de 'MONO HIJO DE PUTA” (macaco filha da puta)… isso eu quero ver! E aí? CARRETILHA vc me pune.. CASCUDO sou expulso… e eles? E aí?”, diz Neymar no tuíte.
O ex-capitão, no entanto, chegou a ser processado – e foi absolvido no ano passado – por racismo pela declaração de que “o afrodescendente mais leve pesava sete arrobas” e “nem para procriador eles servem mais” durante palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro.