Sem dar explicação, Santos demite funcionária que denunciou conselheiro por assédio e racismo

Ela trabalhava no clube desde 2010 e no ano passado acusou o conselheiro Márcio Antônio Rosas, a partir de um áudio no que ele dizia a um amigo: “tenho mó tara naquela neguinha, vou dar o sorvetinho pra ela lamber”

Márcio Antônio Rosas, conselheiro do Santos FC (foto: reprodução Facebook)
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O Santos Futebol Clube anunciou nesta terça-feira (6) o desligamento de uma funcionária envolvida em um caso polêmico dentro da instituição.

A moça, que não teve seu nome revelado, trabalhava há 10 anos no clube e recentemente foi vítima de um caso de injúria racial e assédio, denunciado pelo Ministério Público de São Paulo em novembro de 2019.

O agressor da funcionária é o conselheiro santista Márcio Antônio Rosas, que foi acusado a partir de um áudio enviado a um amigo, no qual diz que “qualquer dia eu convido ela (a funcionária em questão, que acaba de ser demitida) para tomar um sorvete lá no Dante, aí ela vai ver o que é bom, lá na Epitácio Pessoa. Aí vou dar o sorvetinho para ela lamber. Tenho mó tara naquela neguinha, malandro”.

A denúncia, feita pela promotora Maria Pia Woezl Prandini, afirma que o conselheiro “ofendeu a dignidade ou o decoro, utilizando-se de entonação e palavras depreciativas referentes à sua raça e ao gênero feminino”. As primeiras audiências do caso ainda não foram realizadas – estavam marcadas para o primeiro semestre de 2020, mas tiveram que ser adiadas devido à pandemia do coronavírus.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, a funcionária demitida reclama que, até o momento, o Santos não deu nenhuma justificativa sobre a sua demissão.