ELEIÇÕES 2024

João Pessoa terá segundo turno entre Cícero Lucena (PP) e Queiroga (PL)

Atual prefeito disputa segundo turno da eleição para prefeitura da capital do paraibana com o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro

Créditos: Fotomontagem Agência Senado - Marcelo Queiroga e Cícero Lucena disputam segundo turno em João Pessoa
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A disputa pela prefeitura de João Pessoa (PB) será entre o atual prefeito, Cícero Lucena (PP), com 205.122 votos (49,16%), e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) com 90.840 votos.

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Eles superaram as candidaturas do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) (16,71%), o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT) (11,77%), Yuri Ezequiel (0,54%) e Camilo Duarte 0,05%.

O segundo turno está marcado para 27 de outubro de 2024, quando os dois candidatos disputarão os votos de uma cidade dividida, com Cícero em vantagem por ser o atual gestor, mas com Queiroga trazendo o apoio do bolsonarismo e prometendo uma gestão de mudança.

Quem é Cícero Lucena

Cícero Lucena, de 67 anos, natural de São José de Piranhas, Paraíba, é empresário do setor da construção civil e tem uma longa trajetória política. Sobrinho do ex-senador Humberto Lucena, Cícero iniciou sua carreira pública nos anos 1990, ligado à tradicional família Cunha Lima, um nome de peso na política paraibana.

Em 1990, foi eleito vice-governador da Paraíba e, quatro anos depois, assumiu o governo estadual após o afastamento de Ronaldo Cunha Lima, que concorria ao Senado. Sua atuação como governador o levou a se candidatar à prefeitura de João Pessoa em 1996, onde obteve vitória e foi reeleito em 2000, com ampla margem, recebendo 74% dos votos no primeiro turno.

Durante seu mandato, em 2001, acompanhou os Cunha Lima na mudança de partido, migrando do PMDB para o PSDB, movimento que marcou sua atuação política nos anos seguintes.

Enquanto Cícero Lucena foi eleito vice-governador de Ronaldo Cunha Lima em 1990, sua esposa, Lauremília Lucena, foi eleita vice-governadora de Cássio Cunha Lima – filho de Ronaldo – em 2002.   

Após um período fora do cargo executivo, Cícero voltou a ser eleito prefeito de João Pessoa em 2020, e agora disputa a reeleição em 2024. Durante seu mandato atual, Cícero implementou ações voltadas à retomada da economia e enfrentamento da pandemia de Covid-19, além de focar na reestruturação da saúde pública e infraestrutura da cidade.

Em 28 de setembro, Lauremília Lucena, esposa de Cícero Lucena, foi presa preventivamente durante a terceira fase da Operação Território Livre, conduzida pela Polícia Federal (PF). A operação investiga um esquema de aliciamento de eleitores mediante violência. Na mesma ação, também foi detida Tereza Cristina, secretária pessoal da primeira-dama.

Após três dias, em 1º de outubro, a juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa, concedeu liberdade às investigadas, substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares. Entre as restrições impostas estão a proibição de frequentar os bairros São José e Alto do Mateus, além de órgãos públicos municipais, em especial a Prefeitura de João Pessoa.

Quem é Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga, médico cardiologista e ex-ministro da Saúde, ganhou projeção nacional ao assumir a pasta durante a pandemia de Covid-19 no governo de Jair Bolsonaro.

Ele assumiu o Ministério da Saúde em março de 2021 e foi o quarto ministro da pasta durante a pandemia no governo de Bolsonaro. Ele substituiu o general Eduardo Pazuello, em um momento crítico, quando o Brasil enfrentava altas taxas de contágio e mortes por Covid-19.

Queiroga liderou os esforços do governo federal para acelerar a campanha de vacinação contra a Covid-19. Embora tenha enfatizado a importância das vacinas, sua gestão enfrentou críticas por atrasos na compra de imunizantes no início da pandemia e pela pressão de grupos contrários à vacina.

Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instaurada pelo Senado para investigar a condução da crise sanitária pelo governo, Queiroga foi convocado várias vezes para prestar depoimento. Ele foi criticado por senadores por omissões e por não ter contestado publicamente decisões e falas de Bolsonaro que contrariavam as recomendações científicas.

Em sua gestão, Queiroga tomou a polêmica decisão de interromper o contrato para a compra de vacinas para crianças, o que gerou debates intensos e críticas por parte da comunidade médica e de autoridades de saúde pública.

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