Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou a existência de uma ligação entre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) com Luiz Teixeira da Silva.
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O biomédico é o proprietário da clínica utilizada por Pablo Marçal (PRTB) para criar uma fake news contra Guilherme Boulos, associando o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo ao uso de drogas.
Luiz Teixeira e sua esposa, Liliane Bernardo Rios da Silva, foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), em 2019, por fraudes e desvio de aproximadamente R$ 20 milhões da saúde pública. O casal é dono da clínica Mais Consultas.
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O ex-coach divulgou nas redes sociais, na sexta-feira (4), um laudo falso da Mais Consultas com o objetivo de acusar Boulos de consumir cocaína.
A decisão de Moraes cita o PCC e ocorreu durante o julgamento de um recurso apresentado pelo dono da clínica e sua esposa em 2018. O casal tentava reverter um decreto de prisão preventiva no âmbito da Operação Pégasus, que investigou o esquema de corrupção. Na ocasião, Luiz e Liliane eram considerados foragidos da Justiça, de acordo com informações da coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles.
“O decreto prisional encontra-se devidamente fundamentado em dados concretos extraídos dos autos, que evidenciam que a liberdade dos recorrentes acarretaria risco à ordem pública, notadamente se considerado os indícios de que os recorrentes integrariam estruturada organização criminosa, voltada para a prática de delitos relacionados ao desvio de verbas da saúde pública municipal, utilizando-se de empresas de fachada e entidade religiosa, causando prejuízos de ordem milionária e colocando em risco serviço público essencial, havendo, ainda, indícios de que a recorrente LILIANE BERNARDO teria ligação com o ‘PCC’, a revelar a probabilidade de repetição de condutas tidas por delituosas, sendo imperiosa a imposição da medida extrema”, escreveu Moraes, em sua decisão.
A decisão indicou que a conexão da esposa do dono da clínica com o PCC foi descoberta por intermédio de interceptações telefônicas em outra investigação, em que ela estaria tramando um assassinato.
STJ ratifica ligação com PCC
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também citou essa ligação ao negar habeas corpus (HC) a Liliane.
“A petição de fl. 731 traz aos autos documento, cuja juntada defiro, do qual se infere que pessoa identificada como ‘Kaio’ revela a pessoa identificada como ‘Toninho’ que a ré Liliane Bernardo Rios da Silva teria ligação com o PCC e estaria tramando o assassinato de pessoa identificada como ‘Leda’. Trata-se da ligação nº 20 de interceptação realizada pela Polícia Federal, em outro feito. Como se vê, os réus Luiz Teixeira da Silva Júnior e Liliane Bernardo Rios da Silva, se mantido soltos, representarão perigo à vida de testemunhas, inclusive de testemunha protegida, colocando em risco a ordem pública e a instrução criminal”, destacou a decisão do STJ.
O órgão mencionou mais uma vez o suposto elo do casal com o PCC para justificar a necessidade da prisão preventiva. “A gravidade em concreto dos delitos imputados aos pacientes e demais denunciados, consistente em organização criminosa para a prática de outros delitos. Ressaltou ainda a existência de elementos indicativos de ligação da paciente a facção criminosa de elevada periculosidade (PCC), além das condições pessoais desfavoráveis dos denunciados, a demonstrar a necessidade da prisão preventiva como forma de garantia da ordem pública”, ressaltou o documento.
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