ECONOMIA

Argentina de Milei: crise de dólares gera desespero em bancos e filas começam a se formar no país

Estoque de reservas internacionais argentinas despenca e temor de crise global provoca temores

Política econômica de Milei aprofunda crise
Política econômica de Milei aprofunda criseCréditos: Gage Skidmore
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Na semana passada, as instituições bancárias da Argentina solicitaram ao Banco Central mais de US$ 53 milhões em cédulas para atender à crescente demanda de clientes, que intensificaram os saques devido ao receio gerado pela instabilidade cambial.

Esse pedido foi feito após o BC ter vendido reservas em níveis recordes, resultando em uma perda superior a US$ 4 bilhões somente em 2024.

Atualmente, as reservas em dólar do Banco Central da Argentina estão em cerca de US$ 25 milhões. Ao longo do ano, o nível caiu mais de US$ 4 bi. 

A movimentação evidencia a apreensão dos argentinos, agravada por declarações contraditórias vindas do presidente Javier Milei, do ministro da Economia, Luis Caputo, e do Fundo Monetário Internacional (FMI) a respeito do suporte financeiro ao país e o pedido de empréstimo feito no valor de US$ 20 bilhões já nesta semana.

Ao longo desta segunda-feira (7), por conta do pânico também relacionado à crise mundial das bolsas de valores motivada pelas tarifas de Donald Trump, estão sendo registradas algumas filas enormes de argentinos tentando resgatar seus dólares depositados bancos.

Os depósitos em moeda norte-americana vêm caindo desde o auge registrado em outubro de 2023, com saídas de US$ 51 milhões somente na última semana.

A demanda por cofres em agências bancárias aumentou significativamente, com agendas lotadas. Enquanto isso, o mercado permanece em compasso de espera, aguardando decisões sobre a política cambial e a capacidade do BC de intervir.

O FMI sinalizou a liberação de 40% do pacote de ajuda — cerca de US$ 8 bilhões — e, claro, elogiou as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, que tem provocado uma queda acentuada na atividade econômica do país, em especial no consumo das famílias.

 

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