EFEITOS DO TARIFAÇO

Tarifaço de Trump derruba mercado imobiliário nos EUA em março

A guerra comercial e o aumento de tarifas afetam diretamente as vendas de imóveis, que recuaram 2,4% em relação a 2024, enquanto especialistas preveem agravamento do cenário

Créditos: Daniel Torok / White House
Escrito en ECONOMIA el

O mercado imobiliário dos Estados Unidos deu sinais claros de fraqueza em março, refletindo os impactos econômicos da política tarifária agressiva adotada pelo presidente Donald Trump. As vendas de imóveis residenciais caíram 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e recuaram 5,9% na comparação com fevereiro, segundo dados da Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA.

Os números negativos, em meio a um aumento de quase 20% na oferta de imóveis, revelam uma demanda em retração. Analistas destacam que os efeitos do chamado “tarifaço” já eram sentidos no mês anterior, impulsionados pela escalada das tensões comerciais entre EUA e China.

Segundo Robert Frick, economista corporativo da Navy Federal Credit Union, a tendência é de piora:

“Os números de março são ruins, mas provavelmente vão piorar”, afirmou à imprensa internacional. “Além das pressões já existentes, como os altos preços dos imóveis e as taxas de juros elevadas, os preços de móveis e itens de decoração devem subir em breve por conta das tarifas. Isso pode agravar a ansiedade dos consumidores diante da inflação e do desemprego, intensificando o instinto de retração já presente em muitas famílias”, completou.

Entenda o caso da guerra comercial entre EUA e China

Embora tenha se iniciado ainda no primeiro mandato de Trump, a guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novo fôlego em fevereiro deste ano, com o anúncio de tarifas de 10% sobre produtos chineses. Em resposta, o governo chinês impôs barreiras às importações norte-americanas.

Contudo, a situação que mais chamou atenção ocorreu em 1º de abril, com o chamado tarifaço, uma série de aumentos de alíquotas de importação de produtos para diversos países, incluindo aliados comerciais. O país mais afetado foi a China, que teve suas exportações para os EUA taxadas em 154%. Em resposta, os chineses impuseram tarifas mais elevadas e também realizaram a venda de títulos americanos, os quais detinham US$ 760 bilhões. Na última terça-feira (22), Trump anunciou um recuo.

A situação causou comoção global, e até mesmo bilionários criticaram Trump abertamente pelo tarifaço, como Bill Ackman, Boaz Weinstein, Daniel Loeb, Ken Fisher. Houve manifestações contrárias da parte dos bilionários brasileiros, como Jorge Paulo Lemann e André Esteves.

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