Mesmo com a desaceleração dos preços dos alimentos, principal preocupação do governo Lula no momento, a inflação segue um viés de alta e bateu 1,31% em fevereiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice ficou mais de um ponto (1,15) acima do que foi registrado em janeiro, quando o IPCA foi de 0,16%, e é o maior para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%).
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O viés de alta pode ser visto no acumulado dos últimos 12 meses, com a alta dos preços chegando a 5,06% no período - ante 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, o IPCA foi de 0,83%, em termos comparativos.
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Desaceleração dos alimentos
Ainda sem o efeito da desoneração da cesta básica, anunciada na semana passada pelo governo Lula, o aumento nos preços dos alimentos registrou uma desaceleração.
Em janeiro, o índice do grupo "Alimentação e bebidas" foi de 0,96% e agora está em 0,7%.
Contribuíram para a desaceleração a queda nos preços da batata-inglesa (-4,10%), do arroz (-1,61%) e do leite longa vida (-1,04%).
Por outro lado, dois vilões da inflação atual seguem tendo aumentos exponenciais: o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%).
Em geral, alta nos preços foi puxada principalmente pela alta nos setores de habitação, que saiu de uma deflação de -3,08% em janeiro para um aumento de 4,44% no mês subsequente.
A energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto positivo no índice (0,56 p.p.), ao avançar 16,80% em fevereiro, após a queda observada em janeiro (-14,21%), em função da incorporação do Bônus de Itaipu.
Outro grupo que puxou a alta nos preços foi a Educação, que teve inflação de 4,7% - ante 0,26% no mês anterior.
A maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (7,51%), do ensino médio (7,27%) e da pré-escola (7,02%).
Em relação às capitais, Fortaleza obteve o menor índice, de 1,03%, enquanto em Aracaju os preços subiram 1,64%, a maior alta no mês.