Um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) projeta que, sem políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a região sul-americana perderá 42,7 milhões de empregos até 2050, com impactos severos em setores como agricultura e turismo.
O estudo, divulgado nesta quinta-feira (20), alerta que a intensificação de eventos climáticos extremos e a dependência de atividades vulneráveis, como agricultura e turismo, colocam em risco a estabilidade econômica e laboral.
De acordo com o documento, "o cenário de intensificação dos efeitos das mudanças climáticas [...] resultaria em uma diferença de 11,2% no número de ocupados até 2050, equivalente a 42,7 milhões de postos de trabalho perdidos". A agricultura seria a mais afetada, com a perda de 10,9 milhões de vagas, seguida pelo turismo (4,4 milhões). Juntos, esses setores representariam 35% do total de perdas.
A projeção compara dois cenários: um "base", sem choques climáticos, e outro com efeitos agravados, sem políticas de adaptação. A CEPAL destaca que países da América do Sul, devido à localização geográfica e dependência de recursos naturais, estão entre os mais expostos. "A região não pode se dar ao luxo da inação. A harmonização de políticas produtivas, macroeconômicas e climáticas é urgente", afirma o relatório.
O estudo também enfatiza a necessidade de investimentos em setores estratégicos, como energia renovável e infraestrutura resiliente, além de programas de requalificação profissional. "A transição para uma economia de baixo carbono requer esforço coordenado, com foco em grupos vulneráveis, como mulheres, jovens e trabalhadores rurais", ressalta o texto.
O relatório completo está disponível no site da CEPAL.