As expectativas do mercado financeiro para o desempenho econômico do Brasil em 2024 sofreram ajustes significativos ao longo do ano passado, revelando uma subestimação das políticas do governo Lula por parte dos entrevistados pelo relatório Focus, considerado "a voz da Faria Lima" e produzido pelo Banco Central do Brasil.
Comparando os resultados do último relatório de 2023 com o último de 2024, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), para a dívida líquida do setor público e para o resultado primário divergiram amplamente dos números efetivamente alcançados pelo governo Lula.
As estimativas de crescimento do PIB começaram conservadoras, com projeções de 1,59% no início de 2024, mas aumentaram gradualmente, refletindo uma recuperação econômica robusta e acima do esperado.
Em dezembro de 2023, a mediana das previsões indicava uma expansão de 3,49% para 2024, um indicativo do impacto positivo de medidas como o aumento do investimento público e a revalorização da indústria nacional.
A dívida líquida do setor público, outro indicador chave, também foi subestimada. Inicialmente projetada em 64,25% do PIB, encerrou 2024 com uma relação significativamente mais baixa (62,80%), resultado do fortalecimento da arrecadação e de ajustes fiscais promovidos pelo governo.
O resultado primário, que no fim de 2023 estava projetado em déficit de 0,8% do PIB, surpreendeu ao apresentar uma trajetória de melhora, chegando a 0,5% - dentro da meta do arcabouço fiscal - ao fim de 2024.
Já a inflação fechou, segundo o Focus, em 4,9%, 1 ponto percentual acima do esperado no fim do ano passado. O câmbio encerrou em R$ 6,05, superando em R$ 1 o valor previsto em janeiro de 2024.
As revisões demonstram que o mercado financeiro subestimou a capacidade do governo de entregar resultados acima das expectativas. A combinação de políticas fiscais equilibradas e incentivo ao crescimento foi decisiva para surpreender positivamente os analistas.