O consumo de carne bovina na Argentina atingiu em 2024 seu segundo pior nível histórico, com apenas 47,7 kg por habitante ao ano, de acordo com a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra).
A queda de 9% em relação a 2023 reflete a crise econômica e a redução no poder de compra sob o governo de Javier Milei, marcando o pior resultado desde 1920, quando o consumo ficou em 46,9 kg por habitante.
A retração no consumo interno representou 193,78 mil toneladas a menos do produto no mercado, mesmo com uma produção de 3,177 milhões de toneladas em 2024 — um recuo de 3,4% em relação ao ano anterior.
Com o aumento da pobreza no país e redução da renda, além de uma queda do PIB na ordem de 3,5%, a carne ficou mais escassa na mesa dos hermanos.
Enquanto os argentinos enfrentam o menor acesso à carne em mais de um século, o Brasil segue trajetória oposta. Projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que o consumo per capita de carne bovina no Brasil se estabilizará em 32 kg por ano em 2024. Foram quedas sequenciais entre 2020 e 2022, com retomada do crescimento em 2023, no primeiro ano do governo Lula.
Embora o índice ainda não tenha retornado aos 35,5 kg registrados em 2018, o mercado brasileiro apresenta recuperação significativa após as quedas observadas durante a pandemia.
Além disso, a produção brasileira de carne bovina deverá superar 10 milhões de toneladas pela primeira vez desde 2007, um marco histórico.