Levantamento feito pelo banco Bradesco aponta que o Brasil, sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bateu recorde em anúncios de investimentos feitos por empresas estrangeiras.
De acordo com o estudo, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo site Valor, de janeiro a julho desde ano foram feitos 362 anúncios de investimentos, número 23,6% maior que aquele observado no mesmo período de 2023 e o maior índice para o período desde 2020, quando foram feitos 397 anúncios.
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“Investimento, para nós, é o que aumenta a capacidade produtiva do Brasil. Pode ser, por exemplo, abertura de lojas e fábricas; construção de prédios residenciais, industriais, comerciais e de galpões logísticos; aquisição de equipamentos e frotas de veículos. Não entram, por exemplo, aquisições de empresas e compras de participações”, afirmou Priscila Pacheco, economista do banco responsável pelo levantamento.
“Temos percebido quase mês a mês esse crescimento e a gente entende que é algo mais generalizado”, prossegue a representante do Bradesco.
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O estudo não leva em consideração os valores dos investimentos, já que esses podem mudar, mas apenas os anúncios, que são registrados através de monitoramento de anúncios feitos na internet e na imprensa por representes do governo e de setores como indústria, agroindústria, serviços e comércio.
Brasil foi o segundo país que mais recebeu investimentos estrangeiros em 2023
O Brasil ficou em segundo lugar no ranking global de destino de investimentos estrangeiros em 2023. De acordo com informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país ficou atrás apenas dos Estados Unidos.
Os dados da OCDE mostram que o Brasil recebeu US$ 64 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) no primeiro ano do Governo Lula III.
O líder da lista, os EUA, receberam US$ 341 bilhões em IED e em terceiro lugar figura o Canadá, com US$ 50 bilhões. O documento aponta ainda que houve uma redução global de IED, "abaixo de qualquer nível registrado desde 2005" em um contexto geral de tensões geopolíticas em curso e altas taxas de juros.
Uma das maneiras que o presidente Lula capta recursos estrangeiros diretos ao Brasil é por meio das viagens presidenciais. No dia 18 de março deste ano, a Secretaria de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República, divulgou uma nota na qual informa as conquistas alcançadas pelo governo a partir de viagens a outros países.
"O Brasil, após hiato de quatro anos como pária internacional, voltou a ser convidado para os principais eventos globais e a ser recebido pelas principais lideranças do mundo. Além disso, em reconhecimento à importância do país e de suas atuais lideranças, líderes globais também voltaram a visitar o país", diz a nota.
O texto elenca que as viagens realizadas pelo presidente Lula já resultaram em diversos acordos bilaterais e atração de investimentos para o país, como a atração de mais de R$ 117 bilhões de montadoras estrangeiras no país.
Na viagem à China, em abril de 2023, além dos 15 acordos entre os dois governos, outros 42 acordos foram assinados entre empresas brasileiras e chinesas e entre empresas chinesas e o governo brasileiro. A previsão é que os acordos com a potência asiática rendam investimentos de até R$ 50 bilhões.,
Há ainda outros R$ 12,5 bilhões dos atos assinados com os Emirados Árabes, especialmente na área de energia verde. Além disso, a visita à Arábia Saudita resultou em anúncio de investimentos de até R$ 50 bilhões do Fundo Soberano do país em projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil, inclusive no âmbito do PAC, até 2030.
Também as empresas portuguesas EDP e Galp anunciaram investimentos de R$ 32 bilhões. Por fim, o Japão anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no setor de saúde brasileiro.
Por meio das viagens empreendidas até o momento, o Brasil fechou até agora ao menos 57 acordos bilaterais de diversos níveis: 7 com a Argentina, 15 com a China, 4 com os Emirados Árabes Unidos, 13 com Portugal, 4 com a Espanha, 2 com o Japão, 7 com Angola, 2 com São Tomé e Príncipe, 3 com Cuba, 19 com a Alemanha e 2 com Egito.
As viagens presidenciais ajudaram também na abertura de 96 novos mercados para produtos brasileiros. Exemplo disso é a recente habilitação de 38 frigoríficos para exportar à China, a maior de uma só vez, totalizando 146, o que sozinho pode representar um aumento de US$ 10 bilhões na exportação de proteína animal para o país asiático.
"A atual gestão, ao contrário da anterior, não antagoniza a China, o principal parceiro econômico do Brasil. O presidente da China, Xi Jinping, será recebido no Brasil em visita de Estado no segundo semestre", alfineta a Secom.
Além disso, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as doações ao Fundo Amazônia, retomadas após paralisia de quatro anos no governo anterior, atingiram recorde de US$ 726 milhões. Outros R$ 3,1 bilhões devem ser doados ao longo de 2024 por EUA, Noruega, Reino Unido, União Europeia e Dinamarca.