A Avibras Indústria Aeroespacial S/A é considerada uma empresa estratégica para a soberania brasileira, especialmente no contexto do setor de defesa. A gigante se destaca na fabricação de armamentos, veículos militares e na participação em programas espaciais, sendo fundamental para o desenvolvimento tecnológico do Brasil e a autonomia na defesa nacional.
Porém, após anos de sucateamento e má gestão, a empresa acabou se endividando. O plano A seria vendê-la para saldar os débitos. A privatização só seria possível para um fundo estrangeiro... China e Catar demonstraram interesse na empresa, mas os EUA prometeram represálias caso a comercialização se concretizasse.
Um projeto ousado do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) visa estatizar a empresa novamente. E o valor seria ínfimo para o orçamento público.
"O Governo Federal poderia estabelecer um valor justo para desapropriação da Avibras pela União por um valor próximo a R$ 2 bilhões. Este valor representa apenas 5% dos lucros que o Governo Federal recebeu da Petrobras em 2021 (R$ 37,3 bilhões de reais)", afirma o parlamentar na justificativa do projeto de lei 2957/2024.
"O Estado brasileiro gastaria menos de 5% dos seus investimentos públicos com Defesa no ano de 2022: R$ 42,3 bilhões previstos no orçamento sancionado no fim de janeiro deste ano", afirma.
O projeto foi apresentado à mesa diretora, mas ainda não foi colocado para votação e nem distribuído para comissões. Contudo, ele apresenta um argumento muito forte para defender a soberania e a segurança estratégica nacional.
"A possibilidade de venda da Avibras a empresas estrangeiras pode prejudicar a segurança nacional e a defesa do Estado, bem como a autonomia e a indústria nacionais. Dessa maneira, cabe a este Parlamento agir para indicar uma solução factível ao destino desta empresa nacional tão importante para o nosso País", completa o deputado.
Por que a Avibras é importante?
A Avibras é crucial para reduzir a dependência do Brasil em relação a fornecedores estrangeiros de armamentos. A capacidade de desenvolver e fabricar equipamentos militares internamente é vista como uma forma de garantir a soberania nacional e a segurança do país.
A empresa contribui significativamente para a Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil, fornecendo tecnologia e produtos essenciais para as Forças Armadas. Isso inclui mísseis, lançadores de foguetes e sistemas de comunicação, que são vitais para a defesa do país.