BOICOTADO

Nubank: ações em queda em NY após boicote depois de CEO divulgar evento do Brasil Paralelo

Cristina Junqueira, executiva do banco, teve que se explicar por divulgar palestra de extrema direita

Ações do Nubank caem em Wall Street após movimento de boicoteCréditos: Pixabay
Escrito en ECONOMIA el

As ações da Nubank apresentaram queda de 1,18% na Bolsa de Nova York (NYSE) nesta terça-feira (18) após um movimento no Brasil pedir pelo boicote ao banco.

Na abertura dos mercados desta quarta (18), as ações do ROXO34 (Nubank) na BVMF abriram em queda de 1,23% até as 10:16, seguindo a tendência da tarde de ontem, em que houve queda nos papéis do banco, considerado uma das principais fintechs da América Latina.

O boicote

O movimento do boicote contra o Nubank surgiu no Twitter após a presidenta da instituição, Cris Junqueira, postar em suas redes sociais um convite a um evento do Brasil Paralelo.

O Brasil Paralelo é uma instituição de criação de conteúdo de extrema direita. No evento, eles receberão uma palestra de Jordan Peterson, psicólogo associado aos movimentos anti-trans no hemisfério norte.

A postagem de Cristina foi duramente criticada nas redes sociais e iniciou-se um boicote contra o banco.

Em 2016, um outro escândalo circundou o Nubank. Um dos engenheiros de software da empresa, Konrad Scorciapino, responsável pelo app da empresa, era um dos fundadores do 55chan, um fórum anônimo do estilo 4chan conhecido por disseminar crimes de ódio, pornografia infantil e antissemitismo. O Nubank decidiu mantê-lo entre 2016 e 2018. Hoje, ele é um dos diretores de tecnologia do Brasil Paralelo, revelou o The Intercept Brasil.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) questionou diversas atitudes do Nubank.

"Ontem, a executiva do Nubank, Cristina Junqueira, divulgou um evento do Brasil Paralelo. O Brasil Paralelo apoia o PL do Estupro. E tem como diretor Konrad Scorciapino, criador do site de pedofilia e de incentivo a chacinas em escolas, 55chan. Konrad foi programador do Nubank", afirmou.

"O Brasil Paralelo também produziu um documentário falacioso, contando a 'versão' do agressor que deixou Maria da Penha paraplégica. Após o documentário, Maria da Penha, que dá o nome à nossa Lei contra a violência doméstica, está sob proteção do Governo por conta de ameaças de morte. Que bancos influenciam a política, não é novidade. Mas é essa a política que o Nubank apoia? O Nubank apoia o PL do Estupro? O Nubank apoia chacinas em escolas? O Nubank apoia a disseminação de pornografia infantil na internet? Em casos de violência doméstica, o Nubank quer ouvir a versão do agressor?", continuou.

Em outubro de 2020, Cristina Junqueira afirmou em entrevista no Roda Viva que o banco não poderia adotar políticas afirmativas para candidatos negros porque não poderia "nivelar por baixo" seus profissionais. O banco teve de postar uma nota afirmando que "errou" e que valoriza a diversidade.

A CEO do banco afirmou, através de nota, que o Nubank não apoia o Brasil Paralelo.