Uma classificação feita pela revista The Economist, que leva em conta cinco indicadores econômicos principais (BIP, performance no mercado financeiro, taxa de inflação base, taxas de desemprego e déficit governamental), indicou quais são as economias mais bem-sucedidas de 2024 entre os 37 países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Na lista deste ano, um país do Mediterrâneo, liderado por um governante do Partido Socialista Operário, figura no topo, de acordo com a pontuação combinada dos indicadores.
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Mundo atribulado; economias em recuperação
Em meio às maiores taxas de juros avistadas na última década, conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu e disputas geopolíticas mais acirradas, a economia mundial tem se saído bem em 2024, afirma o The Economist.
O PIB global teve um crescimento estimado de 3,2%, e os mercados de ações subiram pelo menos 20% — pelo segundo ano consecutivo.
Na Espanha, apontada como economia mais bem-sucedida da lista para o ano de 2024, a estimativa de crescimento do PIB deve ser maior que 3%, o que a revista atribui a um "mercado de trabalho robusto" e a "altos níveis de imigração" — fórmulas consideradas contraintuitivas na opinião dos mercados financeiros e dos demais países europeus.
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O alto índice de empregos (próximo ao emprego total) tem beneficiado a produção econômica, e a imigração aquece os mercados de maneira positiva na Espanha, o que não é avistado em outros países do bloco europeu, como é o caso de Itália e Alemanha. Nesses países, as manufaturas têm decaído.
Em 2024, mais de 42 mil migrantes sem documentação chegaram à Espanha, um aumento de 59% em relação a 2023, de acordo com um artigo da BBC que evidencia as estratégias do país para integrá-los à economia. Os imigrantes representam "riqueza, desenvolvimento e prosperidade", afirmou o Primeiro Ministro e Presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez (Partido Socialista Operário Espanhol).
Outros países já estão em recessão plena, como Hungria e Letônia.
Em relação ao desempenho no mercado financeiro, outro dos índices medidos pelo The Economist, há bons desempenhos por parte da economia americana, impulsionados principalmente pelas companhias de tecnologia, e entre os canadenses, motivados pelos setores de energia e bancário.
Quanto à inflação, existe uma volatilidade substancial entre os países, com uma taxa considerada alta na maioria. Mas não seria o crescimento econômico um claro incentivador do aumento de preços? Na Austrália, a inflação afeta principalmente os custos com habitação; no Reino Unido, é o setor de serviços aquele que lidera o índice.
A alta taxa de empregos é o que parece dominar as boas expectativas econômicas da Espanha, com taxas próximas das mínimas históricas. Um movimento similar ocorre no Brasil, apesar de, aqui, esse índice incentivar uma reação negativa dos mercados financeiros. É importante notar que o Brasil, que não faz parte da OCDE, não é considerado pela estimativa da revista.
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De forma geral, o top cinco das economias mais bem-sucedidas, de acordo com os dados avaliados pelo The Economist, ficou assim:
1. Espanha
2. Grécia
3. Itália
4. Irlanda
5. Dinamarca
A recuperação da região do Mediterrâneo "continua pelo terceiro ano seguido", afirma o relatório, e países como Grécia e Itália, que passaram por dificuldades consideráveis, agora apresentam índices econômicos positivos.