A família Maggi, que lidera o mercado da soja, enfrenta uma reviravolta que pode abalar o futuro de seu vasto império de empresas no agronegócio. Uma descoberta recente trouxe à tona uma disputa entre os herdeiros, envolvendo as joias do grupo, a Agropecuária Maggi e a Sementes Maggi. As revelações sobre a possível fraude nas transferências de cotas das empresas têm gerado agitação entre os integrantes da família.
A história de um império e intrigas familiares
A saga começou em 1955, quando André Antônio Maggi, um gaúcho visionário e que depois ficaria conhecido como "Rei da Soja", estabeleceu uma empresa de processamento de grãos no Paraná. Sua atuação logo se expandiu para o Mato Grosso, onde se tornou um dos principais produtores de soja do Brasil. Após a morte de André em 2001, sua esposa Lúcia Maggi, seus filhos e genros assumiram os negócios, alcançando a lista dos bilionários da Forbes, com cada um deles possuindo um patrimônio médio superior a R$ 6 bilhões.
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No entanto, a harmonia familiar foi abalada quando, durante o velório do patriarca, uma filha concebida fora do casamento foi reconhecida pelos irmãos. Carina Maggi, nascida em 1981, cresceu sabendo que era filha de André Maggi, mas optou por viver discretamente, recebendo uma "pensão informal" que também cobria suas despesas escolares.
Após o reconhecimento oficial de sua paternidade, Carina foi chamada pelos irmãos para a partilha do patrimônio familiar. Na época, com 20 anos de idade e sem experiência jurídica, ela concordou com os termos e recebeu uma quantia de R$ 1,9 milhão. Atualmente, corrigido monetariamente, esse valor equivale a aproximadamente R$ 10,6 milhões.
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Isaias Diniz, advogado de Carina, afirmou que assim que o recesso do judiciário terminar, a defesa ingressará com uma ação na Justiça do Mato Grosso buscando a nulidade das transferências de cotas das empresas. Para fundamentar o pedido, uma perita especializada em análise documental e grafotécnica foi contratada, e seu laudo concluiu que as assinaturas presentes nas alterações contratuais não correspondem às anteriores.
Além disso, a defesa pretende denunciar o Grupo Amaggi na The US Security and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos. A medida visa informar o mercado de que documentos relevantes envolvendo as empresas estão sob suspeita.
A Amaggi, em nota oficial, afirmou que, por se tratar de uma questão familiar, não se pronunciará sobre o assunto. Os membros da família Maggi envolvidos nos negócios também se recusaram a comentar, reservando-se para tratar da questão exclusivamente no âmbito judicial.
A disputa que agora envolve a família Maggi, outrora unida e bem-sucedida, poderá ter consequências significativas para o futuro do império agrícola que eles construíram ao longo de décadas. Enquanto aguardamos o desenrolar desses eventos, resta-nos questionar se a herdeira Carina Maggi conseguirá provar suas alegações e restaurar a justiça na divisão do patrimônio familiar.
Com informações da CNN Brasil.