O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta segunda-feira (17) o início do programa "Desenrola", que tem por objetivo desnegativar as pessoas que possuem dívidas com instituições financeiras.
Em conversa com a imprensa, o ministro da Fazenda fez uma projeção de quantas pessoas devem ser beneficiadas pelo programa. "Na hipótese mais generosa, que é adesão de todos os grandes bancos, daria cerca de 2,5 milhões", disse Haddad em coletiva de imprensa.
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Já aderiram ao programa: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú Unibanco, Santander. O C6 Bank declarou que está em processo de cadastramento para se habilitar ao programa.
Caso o Nubank entre no programa, a projeção de Haddad será alcançada. "Um banco só que estava em dúvida se aderia ou não porque tem pouca vantagem no crédito presumido, ele tem 1 milhão de CPFs negativos, o Nubank, então estamos aguardadno, se aderir todos os grandes bancos, são 2,5 milhões de CPFs", explicou Haddad.
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Por meio de suas redes sociais, o ministro da Fazenda afirmou que o programa significa uma segunda chance na vida de milhares de brasileiros.
"Crédito novo, vida nova. O Desenrola começa hoje e foi feito pra quem quer limpar seu nome na praça. De nome limpo dá pra conseguir crédito, financiar uma geladeira nova, fazer o contrato do aluguel, pegar um empréstimo. Todo mundo merece progredir na vida", escreveu Haddad em seu perfil no Twitter.
Como vai funcionar o programa Desenrola?
- O programa vai permitir a renegociação de dívidas de até R$ 5 mil de cerca de 40 milhões de consumidores negativados e que tenham renda de até 2 salários mínimos. Os beneficiários do Bolsa Família também estão inclusos.
- As dívidas terão desconto e poderão ser refinanciadas em até 60 meses.
O perfil da dívida no Brasil
Dados do Serasa, referentes a outubro de 2022 e compilados pela Febraban, mostram que as dívidas somam R$ 301,5 bilhões e estão dividias em três grupos:
- 14,9% nas financeiras
- 28,8% nas instituições bancárias
- 66,3% com varejistas, companhias de energia elétrica, água, gás e telefonia.
Em uma primeira etapa, o governo federal vai realizar leilões para negociar milhares de dívidas ao mesmo tempo. As empresas (bancos, varejistas, companhias de água, luz, telefonia etc.) que derem os maiores descontos, ficarão aptas a participar do programa.
Terminada a etapa dos leilões, o governo federal vai criar um portal onde o cidadão, com o seu CPF, poderá checar se a sua dívida foi alvo de renegociação. Caso sim, ele poderá escolher por pagar à vista, direto com a empresa, ou financiar em até 60 meses com um banco.
Além disso, a plataforma a ser criada pelo governo federal vai oferecer um comparativo das taxas de juros de cada banco e, dessa maneira, o cidadão poderá escolher a menor taxa.
Fundo garantidor
Para dar mais segurança às instituições financeiras para participarem do Desenrola, o governo vai criar um fundo garantidor para cobrir eventual inadimplência que possa acontecer com os financiamentos: a União vai bancar o principal da dívida, e o bancos vão arcar com o risco de juros.
O Valor de aporte da União ainda não foi decidido, assim com o limite da taxa de juros.
O governo federal também pretende renegociar dívidas de consumidores que ganham mais do que dois salários mínimos, mas, neste caso não haverá a garantia do Tesouro em caso de inadimplência.
O Brasil endividado
Levantamento mais recente do Serasa mostra que a taxa de inadimplência voltou a crescer no país: o indicador revela que cerca de 70,9 milhões de brasileiros possuem alguma dívida.
Dados do Serasa mostram que o principal grupo de endividados no Brasil possui idade entre 26 e 40 (34,8%). As pessoas com idade entre 41 e 60 anos representam 34,7% do total de inadimplentes.