ECONOMIA

Pedro Rossi: arcabouço pode engessar crescimento e causar a volta da extrema-direita

Professor da Unicamp teme que falta de crescimento e pouca geração de empregos pode promover volta da extrema-direita

Créditos: Agência Brasil
Escrito en ECONOMIA el

O economista Pedro Rossi fez uma crítica ao arcabouço fiscal apresentado pelo governo em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (31).

O professor de economia da Unicamp detalhou sua análise sobre a nova meta fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad na quinta-feira (30).

Para o especialista, o governo apresentou um projeto melhor do que o teto de gastos, mas afirma que a nova meta dificilmente gerará crescimento econômico.

“Me parece pouco. Ele pode representar um freio na economia. Já temos um freio que é o monetário. O freio fiscal pode gerar um resultado ruim e o risco é não entregar um período de crescimento e, depois, a extrema-direita voltar com força”, explicou o economista.

Para ele, o governo deveria priorizar o crescimento ao invés da dívida. “Eu acho que o problema é se o governo Lula não entregar emprego e crescimento. Se a gente gerar emprego e crescimento a dívida estabiliza”, disse.

Para ele, o risco político está justamente nas despesas que terão que ser cortadas na regra. “Quando saúde e educação aumentarem, os outros gastos vão ter que caber dentro do orçamento”, explica.

“Como a gente tem uma economia estagnada, há muito tempo, a gente precisa de estímulo”, acrescenta. “A gente não pode subestimar o papel da política fiscal no crescimento. E o BC reduzindo em um, dois pontos na taxa de juros não vai adiantar o suficiente para empurrar a economia”, completou o economista.

Para Rossi, a política do governo dependerá de mecanismos parafiscais - como o Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) e o Fundo Amazônia -, mas que poderia haver um investimento público maior para estimular o crescimento.

Veja a entrevista de Pedro Rossi ao Fórum Onze e Meia: