A Petrobrás aprovou, nesta quinta-feira (28), a distribuição de R$87,8 bilhões de reais em dividendos aos seus acionistas. O valor é referente ao segundo trimestre de 2022 e é um recorde para semelhante período, superando o trimestre anterior em 81%; na ocasião foram distribuídos R$48,5 bilhões.
Será pago o valor de R$ 6,73 para cada ação da empresa em circulação. O montante será pago em duas vezes, a primeira em 31 de agosto e a segunda em 20 de setembro.
Acionista majoritário da estatal, o governo federal irá receber cerca de R$32 bilhões da empresa - incluídos nos pagamentos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BNDESPar, braço do banco público no mercado financeiro.
Em nota a estatal afirma que o dividendo recorde está de acordo com a Política de Remuneração aos Acionistas e é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia.
Mas a aprovação dos dividendos vem em um contexto onde na última segunda (25), Esteves Conalgo, secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, solicitou que as estatais federais pagassem mais dividendos ao governo federal a fim de repor gastos previstos pela polêmica PEC dos Auxílios.
Saqueio escandaloso
Em nota, a Federação Única dos Petroleiros afirma que os dividendos recordes seriam uma “apropriação indevida” e um "saqueio escandaloso" dos recursos públicos.
“Às custas da política de preços abusivos dos combustíveis, das privatizações e dos cortes de investimentos no Brasil, a gestão da Petrobrás está entregando R$ 136,31 bilhões aos acionistas somente no primeiro semestre do ano. Um valor que já ultrapassa de longe os exorbitantes R$ 101 bilhões que os acionistas receberam em 2021”, diz a nota.
A nota ainda recorda que durante o governo Bolsonaro a política de Preços de Paridade de Importação (PPI) resultou em aumentos de mais de 155% na gasolina e de 203% no diesel comercializados pelas refinarias da estatal.
“É um escândalo a diretoria da estatal pagar aos acionistas quase 7 reais por ação e reduzir apenas 15 centavos no litro da gasolina, cujos preços abusivos têm impacto na inflação e na vida de todos os brasileiros”, afirma Deyvid Bacelar, coordenador da organização.
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