Uma reunião do Conselho de Administração da Petrobras realizada na quinta-feira (16) decidiu que apenas a direção da empresa pode definir o preço dos combustíveis praticado no Brasil, num claro “chega pra lá” no presidente Jair Bolsonaro, que tenta desesperadamente frear o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, e deve anunciar nesta sexta-feira (17) um novo reajuste nos produtos. Bolsonaro tenta de todas as formas cessar o crescimento do valor pago nas bombas pelo consumidor, uma vez que a escalada inflacionário atravessada pelo país acabou de implodir de forma definitiva sua imagem, condenando sua já dificílima reeleição.
O pedido de reunião do Conselho de Administração foi feito pelo governo, que tentou impedir reajustes até que o Congresso aprove as medidas de desoneração propostas pelo Planalto, só que a direção da Petrobras considerou que se deixar de fazê-lo, estará optando por um risco real de escassez e de desabastecimento nos postos. A decisão foi também um recado para o colegiado do órgão, que agora já sabe formalmente que a política de preços praticada é um assunto privativo da direção da petrolífera.
Antes mesmo do aumento ser anunciado, Jair Bolsonaro já vem esbravejando que o tal reajuste “é um ataque político” contra ele, mesmo que o presidente da Petrobras tenha sido indicado por ele, assim como boa parte da direção da gigante controlada pelo governo. Como o preço da gasolina e especialmente do diesel afeta diretamente na crise inflacionária generalizada devido a seu impacto na cadeia produtiva como um todo, os setores mais próximos do mandatário e seu círculo palaciano têm avaliado que sem uma trava nesse gatilho, qualquer chance de reeleição, por mais que seja mínima, jamais existirá. O percentual de reajuste que deve ser anunciado nesta tarde (17) não foi divulgado ainda.