A dolarização dos combustíveis mantida pelo governo Bolsonaro coloca o Brasil no ranking da gasolina 15% acima da média de preço praticado em 170 países. O levantamento foi feito no site da consultoria Global Petrol Prices, com dados para a segunda-feira da semana passada (11).
Na data do levantamento, o litro do combustível nos postos brasileiros custava R$ 7,192, valor coletado pela consultoria junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo) até (11/04) —atualmente, está em R$ 7,22. A média mundial era de R$ 6,29.
Na média de preços de 3 de janeiro a 11 de abril, o valor foi de R$ 6,78 no Brasil. Entre os fatores que explicam a mudança de patamar dos preços no país estão o megarreajuste anunciado pela Petrobras no início de março, após a invasão da Ucrânia pela Rússia ajudar a elevar o preço do petróleo, e a valorização do real neste ano.
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O levantamento compara os preços locais, em geral informados por órgãos governamentais, convertidos em dólar. Os valores foram posteriormente transformados em reais pelo câmbio de R$ 4,6915. Pelo dado mais recente, o Brasil ocupa a posição 118 na lista de 170 países ranqueados do menor para o maior preço.
Mesmo figurando entre os dez maiores produtores, a capacidade de refino do Brasil não atende à demanda nacional, o que leva à necessidade de importação de até 20% do consumo local.
Os dados da Global Petrol Prices também mostram que o Brasil possui uma das maiores taxas de gastos com o combustível em relação ao nível de renda, considerando o custo de encher um tanque de 40 litros que equivale a 10,8% da renda média mensal do brasileiro. Os números são praticamente o dobro do verificado, por exemplo, na Argentina.
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Campanha para abrasileirar o combustível
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) lançou na última terça-feira (12), a campanha "Vamos abrasileirar o combustível" e em defesa da permanência da Petrobras no Brasil.
“Os aumentos constantes dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis vem levando o povo brasileiro a situações extremas [sic]. E a culpa dessa situação desesperadora em que a população se encontra é da política de preços implantada por Temer em 2016 e mantida por Bolsonaro. Produzimos em real e pagamos em dólar para encher o bolso de acionista. É preciso acabar já com a dolarização e abrasileirar o preço dos combustíveis”, protestou o diretor de Comunicação da FUP, Tadeu Porto.
Informações da Folha de São Paulo