Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), explicou em detalhes nesta quarta-feira (30), durante o painel Mobilidade e Conectividade no Seminário Economia do Visitante, com apoio da Editora Globo e do Valor Econômico, o efeito perverso da precificação em dólar do preço dos combustíveis sobre o custo da aviação civil.
Sanovicz lembra que “a política de paridade foi implantada muito anos atrás, quando nós importávamos metade do querosene de aviação que consumíamos”. O executivo alerta que hoje, “pouco mais de 90% desse combustível é produzido no Brasil, portanto seu custo de insumos, salários, energia, equipamentos etc. é em reais”.
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“Pra dar um dado a vocês, nós pagamos combustível de aviação hoje como se ele viajasse 12.500 km do Golfo do México até o Brasil. E 90% do querosene que vai nas asas dos nossos aviões viaja menos de 100 km. Essa é a diferença”, destaca.
O combustível que mais subiu
Ele afirma que “esse custo objetivo, mensurável, hoje impacta a aviação de maneira brutal, por quê? Porque é o combustível que mais subiu ao longo desse ano. Enquanto a gasolina e o gás de cozinha, que subiram muito, subiram 60%, 65%, o querosene de aviação dobrou de preço nos últimos 12 meses. E há mais um aumento anunciado, de 17% nos próximos dias”.
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Ao final, Sanovicz afirma que “esse país tem um encontro marcado com o debate sobre a política de precificação de combustíveis. Eu defendo, e creio que nós devemos encarar isso sem fígado e sem emoção, tem que ser um debate gerencial, um debate econômico, um debate profundo e muito calmo sobre a possibilidade de precificar em reais o que custa em reais”.
“E isso tem efeitos econômicos, sociais e políticos, mas significa assumir um compromisso com as possibilidades de desenvolvimento dessa nação”, encerra.