A primeira reação prática depois do aumento abusivo dos combustíveis, anunciado pela Petrobras, nesta quinta-feira (10), coube aos transportadores de veículos e de combustíveis. Eles decidiram paralisar atividades a partir desta sexta (11). Caso o movimento se amplie para outros setores há risco de desabastecimento.
As empresas afirmaram que o reajuste dos combustíveis inviabilizou o frete. Por isso, até que as condições financeiras sejam retomadas, os caminhões ficarão parados.
A orientação das lideranças para quem estiver com o trabalho em andamento é que concluam as entregas e retornem às bases.
Marlon Maués, assessor executivo da presidência da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), afirmou que a iniciativa é uma paralisação técnica, sem bloqueios nas estradas. “O aumento fez com que o sistema entrasse em colapso”, disse, em entrevista a Renée Pereira, no Estadão Conteúdo.
“Hoje, há um descontentamento geral com a situação, seja por parte das transportadoras, agronegócio e outros agentes da sociedade”, destacou.
Ele ressaltou que, além dos caminhões, outros setores, como de colheitadeiras, trens e ônibus, utilizam diesel. Por isso, em sua avaliação, os protestos devem ser em conjunto com toda a sociedade.
Petrobras reajusta gasolina em 18,8% e diesel em 24,9%
Após admitir que a alta dos combustíveis está atrelada à política de paridade de preço internacional (PPI) do petróleo, aceita por ele desde o início do seu mandato, Jair Bolsonaro (PL) perdeu a batalha eleitoreira para tentar segurar os preços. O presidente havia dito que os reajustes não poderiam continuar. A Petrobras ignorou e anunciou aumento de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel.
O reajuste passou a valer a partir desta sexta (11). O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o preço médio vai de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.
O valor do GLP (gás liquefeito de petróleo), o chamado gás de cozinha, também sobe. O preço médio de venda do insumo passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, disse a empresa em nota.