O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em rápida conversa com jornalistas em Brasília, no final da tarde desta quinta-feira (10), criticou a reação do mercado financeiro às suas declarações, dadas mais cedo, em que defendeu ampliar investimentos na área social e que criticou as políticas de estabilidade fiscal em detrimento dos mais pobres.
Durante discurso feito para aliados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) na capital federal, onde funciona o centro de transição, Lula havia questionado o motivo pelo qual "as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país".
"Por que toda hora as pessoas falam: é preciso cortar gastos; é preciso fazer superávit; é preciso fazer teto de gastos? Por que as pessoas que discutem com seriedade o teto de gastos não discutem a questão social neste país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que que a gente têm meta de inflação, mas não tem meta de crescimento?”, havia dito.
O presidente eleito, inclusive, chegou a chorar ao falar sobre a fome no país. "A única razão que eu tenho de voltar é tentar restabelecer a dignidade do nosso povo. E a prioridade zero, outra vez, o mesmo discurso que fiz em dezembro de 2002: se quando eu terminar esse mandato cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida", declarou aos prantos.
Bastou Lula defender a ampliação dos investimentos na área social, no entanto, para o mercado reagir negativamente. Logo após sua declaração, a bolsa brasileira registrou queda acentuada e o dólar subiu.
Questionado, depois, sobre essa reação dos investidores, Lula foi enfático: "O mercado fica nervoso à toa, nunca vi um mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso com 4 anos de Bolsonaro".
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