Um manto sagrado do povo indígena Tupinambá voltou ao Brasil depois de ter sido roubado no século XVII durante a colonização. Depois de décadas de luta pela devolução do objeto pilhado pelos europeus, o Museu da Dinamarca finalmente devolveu ao nosso Museu Nacional o artefato.
Uma reportagem do jornal britânico The Guardian, contudo, revelou que a peça agora é alvo de disputa entre os representantes do povo indígena tupinambá e o museu.
Os indígenas, que lideraram a campanha pela devolução do manto, desejavam consagrar a peça e performar rituais com ela antes que ela fosse parar em um inventário.
O Museu Nacional afirma que a peça tem que ser averiguada e readaptada ao clima brasileiro depois de 300 anos fora do país antes de passar pelas mãos dos indígenas.
"Quando você encontra um ancião, pede sua bênção", disse Cacica Jamopoty Tupinambá. "Era isso que queríamos fazer com nosso ancestral assim que ele pisasse em solo brasileiro.
"Queríamos realizar nossos rituais, com cantos e incensos usando nossas ervas... Teria sido um momento especial para fortalecer nossa identidade", disse a líder ao jornal britânico.
Alexander Kellner, diretor do museu afirmou que ela precisa "de um período de adaptação para sua segurança".
Existem mais de 10 mantos sagrados indígenas espalhados pela Europa que foram roubados durante o período da colonização, e o governo brasileiro tem agido para tentar reconquistar esses artefatos sagrados para os povos originários do nosso país.