A rede de fast food Habibs foi condenada pela primeira turma do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT21), do Rio Grande do Norte, a indenizar em R$ 20 mil uma funcionária que disse à Justiça ter sido mantida em cárcere privado pela superiora.
A funcionária, que trabalhou no Habib's entre novembro de 2018 e março de 2023 - diz que foi trancada em uma sala pela chefe no dia 13 de julho de 2022, durante sua jornada de trabalho.
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Ela contou ainda que no tempo em foi obrigada a permanecer no local, passou a sofrer insultos, ameaças físicas e psicológicas, sendo, também, vítima de calúnias, injúrias e difamações.
A punição teria sido pela desconfiança da chefe de que a funcionária e o marido, que também trabalhava na loja, estaria desviando dinheiro.
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Na ação, ela alegou que o assédio resultou em danos psíquicos e emocionais severos.
Advogados do Habib's disseram que a ex-funcionária sempre foi bem tratada e negou que ela tenha sido mantida em cárcere privado.
Segundo a rede, “aborrecimentos, contrariedades, frustrações, irritações ou pequenas mágoas são sentimentos que de maneira geral fazem parte do cotidiano do dia a dia de qualquer ser humano, seja no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente familiar”.
No entanto, a desembargadora Auxiliadora Rodrigues, relatora do processo, afirma que "o teor da denúncia [sobre supostos desvios de dinheiro] foi compartilhado justamente com os denunciados que rapidamente trataram de ameaçar a empregada, bem como deslegitimar sua sanidade mental frente aos demais colegas de trabalho, chamando-a de ‘doida, louca’, e, ainda, que ‘precisava estar internada’”.
Para a juíza, restou configurado o assédio moral proveniente de cárcere da reclamante no escritório da reclamada”, com humilhações, ameaças, terror psicológico e hostilização constantes, criando um ambiente insalubre de recorrente beligerância.
Bolsonarista arrependido
Dono da rede Habib's, o empresário Alberto Saraiva foi um dos apoiadores mais radicais no início do governo Jair Bolsonaro.
No entanto, após a eleição de Lula, ele foi abandonando o bolsonarismo e chegou a elogiar o atual presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao portal Uol em julho desse ano.
“Teve um período meio complicado, mas quando assumiu agora está tendo sorte, as coisas estão favoráveis. E [tem] competência também”, disse sobre Lula.
Já sobre Haddad, Saraiva rasgou elogios e disse que o empresariado está ao lado do ministro. "De zero a 10, é 10", disse o empresário, que ainda se mostrou arrependido em apoiar Bolsonaro, a quem não apoiaria novamente. "Não apoiaria, tem 500 coisas para justificar isso".