GENOCÍDIO

Após tragédia dos Yanomamis, Lula promove inúmeras demissões

A medida do governo foi divulgada no Diário Oficial da União; futura presidenta da Funai, Joenia Wapichana, classificou a situação como “catástrofe humanitária”

Joenia Wapichana, futura presidenta da Funai.Créditos: Agência Brasil
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Depois da tragédia que atingiu o povo Yanomami, o presidente Lula (PT) demitiu coordenadores de vários distritos de saúde indígena do Ministério da Saúde. A medida, divulgada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (23), foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O Ministério da Saúde havia declarado, na sexta-feira (20), Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, diante da necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem na terra Yanomami.

Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou que a situação no território Yanomami “é grave”. Segundo Nísia, o Ministério da Saúde registrou três óbitos de crianças, entre os dias 24 e 27 de dezembro, e 11.530 casos de malária no último ano

Foram demitidos os coordenadores distritais de Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima, Alto Rio Juruá, Parintins, Cuiabá, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Porto Velho, Ceará, Bahia, Interior Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. 

O coordenador técnico-normativo da Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Saúde do Departamento de Gestão Interfederativa e Participativa da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde, Marco Aurélio Pereira, também foi exonerado.

Futura presidenta da Funai denuncia ação de garimpeiros na região

Joenia Wapichana, futura presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), classificou a situação dos indígenas como uma “catástrofe humanitária”

“O caso dos Yanomamis é uma catástrofe humanitária. Ali, a invasão de garimpeiros levou a um alto nível de violência, conflitos e degradação ambiental, que afeta a saúde com a questão da contaminação por mercúrio”, declarou Joenia, em entrevista à Folha de S.Paulo, antes da declaração de “Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional” no território indígena. 

A Força Aérea Brasileira (FAB) levou, neste final de semana, 4 toneladas de alimentos para distribuição em uma comunidade da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

O Ministério da Saúde informou que a ação faz parte das cerca de 5 mil cestas básicas que estavam armazenadas na sede da coordenação regional da Funai, em Boa Vista (RR).