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VÍDEO: Estilista com deficiência enquadra jornalista da Jovem Pan: “É segregação”

No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, Pietra Bertolazzi diz que meninas e meninos PCDs não devem frequentar a sala de aula com crianças “normais”

Pietra Bertolazzi e Juliana Santos.Créditos: Reprodução/YouTube Jovem Pan
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A estilista e influenciadora Juliana Santos, que tem uma deficiência nas mãos, rebateu comentários preconceituosos feitos pela jornalista Pietra Bertolazzi, no programa Linha de Frente, na Jovem Pan, nesta quarta-feira (21).

No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (PCD), integrantes da mesa debatiam se os candidatos à presidência apresentam propostas para este segmento da sociedade.

Juliana falava sobre a dificuldade que PCDs sentem em relação à acessibilidade e à visibilidade no mercado de trabalho, em função do preconceito. Ela revelou, inclusive, que, como influenciadora, sofreu sofre boicote de marcas, apesar de ter 3 milhões de seguidores nas redes sociais.

Neste momento, a jornalista tomou a palavra para defender um decreto de Jair Bolsonaro (PL), que incentiva salas de aula e escolas especiais para crianças com deficiências, como autismo e Síndrome de Down. O documento foi considerado um retrocesso nas políticas de inclusão, além de discriminatório.

“O decreto não exclui a criança com deficiência da sala de aula. Dá uma opção para ter educação especializada”, declarou. Além disso, Pietra afirmou que, em determinados casos, como Síndrome de Down ou “outros problemas mentais”, a sala de aula pode “sofrer alguns atrasos”. “Crianças com atraso não podem ter a mesma educação do que as normais”. Depois disso, chegou a dizer que não se tratava de segregação.

Visivelmente irritada com as declarações, Juliana rebateu. “Eu estudei numa escola com crianças, como ela falou, ‘normais’. Por incrível que pareça, eu sou a aluna mais famosa da minha turma, a mais bem-sucedida de todos os alunos ‘normais’.

Como a jornalista insistiu, a estilista perguntou: “A senhora tem filhos?”. A resposta foi “Tenho”. Juliana, então, disse: “Eu também tenho. Três filhos. E tenho amigas que têm filhos com deficiência mental. Eu te garanto: como mãe de uma criança atípica, ouvir esse tipo de fala é extremamente ofensivo. Se você tivesse um filho atípico, talvez você jamais falasse isso”.

Decreto de Bolsonaro ofendeu comunidade PCD

Em relação ao decreto de Bolsonaro, Juliana relatou que a comunidade PCD ficou muito ofendida e discutiu bastante o tema nas redes sociais.

“Eu tenho 36 anos e estudei em um colégio com outras crianças. Sofri preconceito minha infância inteira, eu tive colegas com Síndrome de Down que também sofreram preconceito e, mesmo assim, estiveram naquele ambiente. É uma opção dos pais colocar a criança nesse ambiente ou não. Mas a partir do momento em que o governo fala que não quer uma criança PCD porque vai atrasar os demais, está generalizando. Está segregando, sim”, completou Juliana.

Assista ao vídeo de 1h01m13 a 1h08m57: