O indígena Guarani Kaiowá, Vitorino Sanches, que é comerciante, foi vítima de uma emboscada na entrada da Terra Indígena (TI) Amambai, no Mato Grosso do Sul. Ele foi atingido por dois tiros, mas não corre risco de morrer.
Ao menos 15 balas foram encontradas no carro do indígena. A denúncia da tentativa de assassinato foi feita nas redes sociais da Aty Guassu, assembleia geral do povo Guarani Kaiowá.
“Pedimos justiça, segurança e investigação federal com urgência. Chega de matar nós, Guarani Kaiowá. Pedimos proteção”, postou a Aty Guassu.
“Dois motoqueiros estavam esperando e, quando ele passou, deram vários tiros nele. A gente está sob o controle dos fazendeiros. Nós mesmos da retomada estamos sem poder sair daqui, porque somos alvos monitorados”, disseram os representantes da Aty Guassu, de acordo com reportagem de Murilo Pajolla, no Brasil de Fato.
Três Guarani Kaiowá foram assassinados no estado nos últimos meses. Ainda conforme a Aty Guasu, os autores das mortes foram pistoleiros e policiais militares. O foco de violência acontece em meio a retomadas de terras ancestrais, que estão ocupadas por fazendas.
Mensagens mostram plano para matar estudantes de escola indígena
Uma troca de mensagens virtuais revelada pela Aty Guasu, na última semana, apontou o planejamento de um massacre contra estudantes dentro de uma escola indígena na TI Amambai. As conversas mostram duas pessoas combinando assassinar pelo menos dez alunos a tiros.
“O pessoal está amedrontado. Não é brincadeira. A comunidade, as crianças, estão todos com medo. Não tem mais segurança. São meses de mortes e massacres”, afirmou uma liderança da Amambai.