Familiares e amigos compareceram nesta sexta-feira (11) ao velório do menino Jonatas de Oliveira dos Santos, de 9 anos. A criança foi assassinada durante um atentado promovido por um grupo de pistoleiros contra o pai de Jonatas, o líder social Geovane da Silva Santos, em Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros, interior de Pernambuco.. Geovane é o presidente da associação de agricultores familiares do local.
Segundo informações obtidas pela Fórum o corpo do menino chegou ao local por volta de 17h30 e o enterro aconteceu por volta das 18h30. Vídeos enviados à Fórum através da Comissão Pastoral da Terra mostram familiares e amigos de Jonatas erguendo cartazes em homenagem ao menino assassinado.
Confira:
Atentado contra líder social camponês
O menino Jonatas foi assassinado durante um atentado promovido por sete homens encapuzados e fortemente armados que invadiram a casa onde o menino mora com a mãe e o pai, o líder camponês Geovane da Silva Santos. Geovane, que sobreviveu ao ataque, foi atingido no braço pelos pistoleiros.
Após acertarem o presidente da associação de agricultores familiares, os pistoleiros atiraram no filho do agricultor que se escondia debaixo da cama com a mãe. Jonatas não resistiu aos disparos e morreu.
A casa do presidente da associação já foi alvo de outros atendados que foram denunciados às autoridades pelos agricultores locais e por entidades como a Pastoral da Terra e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape). A família e a comunidade estão aterrorizadas e em estado de choque. Casos de violência no campo explodiram durante o governo Bolsonaro.
Comissão de Direitos Humanos da Câmara pede investigação séria
O deputado federal Carlos Veras (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, cobrou apuração rigorosa das autoridades. A CDHM da Câmara chegou a realizar diligências no local em dezembro do ano passado.
“É estarrecedor saber que uma criança, que tinha um futuro todo pela frente foi assassinada dessa forma. É urgente que as circunstâncias da morte sejam apuradas e os autores, responsabilizados. Vamos acompanhar o caso de perto e, inclusive, já adotamos providências no sentido de cobrar respostas das autoridades responsáveis”, disse Veras.
Segundo a assessoria do deputados, a CDHM enviou ofícios para o governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), para o procurador-geral de Justiça e para o secretário de Defesa Social de Pernambuco.
Nos documentos, o presidente lembra a diligência realizada pela CDH na região da Mata Sul de Pernambuco em 15 de dezembro, quando recebeu denúncias dos agricultores familiares e procurou contribuir com a mediação de conflitos na região. “É gravíssimo que menos de dois meses depois um atentado tire a vida de uma criança”, apontou o presidente da CDHM.