Claudinei Batista dos Santos, diretor da Escola Classe 01 do Paranoá, no Distrito Federal, e a vice-diretora, foram exonerados dos seus cargos. A medida provocou indignação de professores, mãe de alunos e do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF).
A exoneração dos gestores foi publicada no Diário Oficial do DF nesta sexta-feira (14). De acordo com o sindicato, ambos são vítimas de perseguição por conta de um banheiro destinado ao uso de crianças de 4 e 5 anos. A escola, como toda a rede, está em férias.
O deputado federal Júlio César Ribeiro (Republicanos) publicou nas redes sociais, na quarta (12), uma foto do banheiro, afirmando que ele é “unissex” e pedindo “providências quanto à situação”. “Não iremos admitir medidas impositivas lideradas por um determinado grupo de pessoas que não respeita o desenvolvimento psicológico de nossas crianças”, postou.
Claudinei Batista convocou a comunidade, na tarde de quinta (13), para informar sobre a decisão encaminhada pela Regional de Ensino, pela Secretaria de Educação e endossada por figuras como o deputado federal Júlio César.
Nenhum deles esteve na escola e nem conversou com a equipe sobre a situação. “Não veio ninguém da Secretaria de Educação averiguar, muito menos da Regional de ensino. A Regional só nos chamou para informar que seríamos exonerados”, afirma Claudinei.
As crianças não vão ao banheiro sozinhas, atestam professores
Todos os professores e mães de alunos ouvidos pelo Sinpro-DF dizem que as crianças não vão sozinhas ao banheiro, mas sempre acompanhadas de um monitor ou monitora. Meninas e meninos não frequentam o banheiro ao mesmo tempo.
Os professores destacam que essa situação está longe de ser uma iniciativa pioneira no DF. Diversas escolas fazem uso de banheiros comuns para meninos e meninas, alguns deles, inclusive, dentro das salas de aula.
Na reunião, à qual o Sinpro esteve presente, a comunidade se mostrou indignada. Os sucessores dos diretores exonerados já foram indicados pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
O sindicato ressalta que os diretores representavam uma “gestão democrática contra arbitrariedades como essa, da qual a equipe foi vítima. Por isso, mais uma vez, o Sinpro alerta para a importância da participação nas eleições nas escolas. Fortalecer a gestão democrática é fundamental”.