O secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Mario Frias, violou as regras de conduta do Twitter, ao postar comentário racista contra o historiador, professor e ativista Jones Manoel. Por isso, a rede social apagou a publicação, após péssima repercussão do ataque cometido por Frias, de acordo com reportagem de Eduardo Moura, na Folha de S.Paulo.
O assessor da Presidência Tercio Arnaud Tomaz, considerado chefe do chamado “gabinete do ódio” de Bolsonaro, comentou uma publicação de Jones, sobre a internação do presidente da República: “Quem caralhas é Jones Manoel?”.
Frias respondeu à publicação: “Realmente eu não sei. Mas se eu soubesse diria que ele precisa de um bom banho”. Jones é negro e usa cabelo estilo black power e barba.
A postagem do historiador foi a seguinte: “Bolsonaro foi internado. Já comprei fogos. ‘Tão’ deixando a gente sonhar… deixando claro que a parte dos fogos é brincadeira. Sou contra fogos. Assusta os animais”.
“O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e violações a essas regras estão sujeitas às medidas cabíveis”, diz a empresa, via nota.
Histórico
“Não é surpresa no governo Bolsonaro a presença de figuras abertamente racistas e que flertam — ou são abertamente também — com o fascismo ou nazismo. Jair Bolsonaro enquanto deputado tem um histórico de várias declarações racistas. O governo Bolsonaro é um governo racista [...] e que acolhe sem nenhum problema essas figuras racistas. E o Mario Frias se sentiu à vontade para fazer isso”, afirmou Jones.
Depois da repercussão nas redes, Frias tentou se justificar, apelando para a obsessão bolsonarista contra os esquerdistas: “Toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um Chefe de Estado democraticamente eleito enquanto louva um genocida como Stalin”.