A Coalizão Negra por Direitos, entidade que reúne 200 organizações ligadas ao movimento negro, realiza nesta quinta-feira (18) uma mobilização nacional reivindicando ao poder público auxílio emergencial de R$600 até o fim da pandemia.
Pago até dezembro de 2020 pelo governo federal, o auxílio emergencial foi fruto de uma articulação da oposição no Congresso, que conseguiu chegar ao valor de R$600, em detrimento da Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que queriam pagar R$200. As últimas parcelas foram reduzidas para R$300 e, em janeiro, o benefício foi extinto, apesar dos números da pandemia no Brasil seguirem cada dia mais altos.
"Diante deste cenário de aumento da crise social em meio à intensificação da pandemia, as organizações do movimento negro decidiram realizar manifestações em todo o país. Os atos acontecem em, pelo menos, 20 estados brasileiros, incluindo capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília", diz a Coalizão Negra por Direitos na convocatória dos protestos.
A entidade também divulgou uma carta aberta sobre suas reivindicações. "Não há qualquer dúvida de que continuidade desse benefício é fundamental para a sobrevivência de milhões de famílias brasileiras, em especial famílias negras já impactadas pelo racismo estrutural, discriminação racial e histórica desigualdade social e econômica", diz um trecho do documento.
"É estarrecedor a dinâmica de contaminação e mortalidade por Covid-19 entre as pessoas negras. Essa tragédia espelha o histórico de racismo e segregação social e racial na sociedade que atinge a população negra nas zonas urbanas e rurais. Os indicadores epidemiológicos disponíveis que identificam a cor/raça dos óbitos e da contaminação têm atestado que esses têm sido mais prevalentes entre a população negra que entre a população branca, e que a indisponibilidade de atendimento adequado na rede pública de saúde tem mais impacto negativo sobre a população pobre e negra do país", completa ainda a organização.
Nos atos, o movimento negro também reivindica vacina a todos através do Sistema Único de Saúde (SUS), em contraponto às articulações do setor privado para "abocanhar" imunizantes.
Confira a íntegra da carta aberta da Coalizão Negra por Direitos aqui e, abaixo, a repercussão dos atos nos estados.
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