Preto Zezé conta suas "memórias da Casa Grande" em uma thread emocionante

Em meio à discussão sobre racismo no caso da morte do menino Miguel, o presidente da CUFA relatou momentos de sua infância, quando tinha que ir com sua mãe, empregada doméstica, para a casa da patroa; confira

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O presidente da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé, fez um desabafo emocionante nesta sexta-feira (5) através de uma thread em seu Twitter.

Filho de empregada doméstica, Zezé relatou suas "memórias da Casa Grande", de uma época em que, criança, tinha que acompanhar a mãe em seu trabalho na casa da patroa.

"Minha mãe já foi doméstica, alguns dias ela me levava para o trabalho. Eu não entendia pq tinha que ficar escondido na dispensa , da minha mãe comer sempre muito depois dos patrões , dela passar tantos dias fora de casa. São tantas feridas na alma", diz o ativista ao iniciar seu relato.

"As vezes penso que o brasil nunca dará certo , pq hoje naturalizamos esss situação de tal modo , que nossas mortes não sensibilizam, e pelo que vemos , parece que a violência se tornou a única linguagem possível de ser observada. E o ódio o dialeto mundial", escreve Zezé em outro trecho da thread.

Confira a íntegra.

https://twitter.com/pretozeze/status/1269021523161079808

Menino Miguel

O desabafo de Preto Zezé vem em meio à discussão sobre racismo levantada a partir da morte do menino Miguel Santana em Recife (PE). A criança, de 5 anos, caiu do nono andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, após ser deixado aos cuidados da primeira-dama de Tamandaré, Sari Gaspar Corte Real, enquanto a mãe, trabalhadora doméstica, saiu para passear com os cães da patroa.

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