O Ministério da Saúde desautorizou uma nota técnica sobre aborto e métodos contraceptivos emitida pela equipe de saúde da mulher da pasta e exonerou os responsáveis pela sua elaboração nesta quinta-feira (4).
Bolsonaro deu um chilique por causa da nota em sua live semanal das quintas. O texto trazia nada além de um apanhado de direitos já garantidos pela Constituição sobre acesso a métodos de contracepção e de termos de aborto legal durante a pandemia de Covid-19, mas o presidente considerou as informações uma afronta a suas convicções antiaborto. A nota sequer defende a expansão de sua adoção, apenas trata dos casos já previstos em lei.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde soltou nota dizendo que o texto era uma “minuta” e que não foi submetido à instância, sob a qual fica subordinada a Coordenação de Saúde da Mulher, e que o tema não foi "discutido pela pasta".
A nota informa ainda que medidas administrativas foram instauradas para apurar o vazamento da nota técnica, que "não deveria ter sido publicada" e não menciona as demissões.
O Diário Oficial da União desta sexta (5) traz a exoneração, assinada pelo ministro interino Eduardo Pazuello, de Flávia Fialho, do cargo de coordenadora de Saúde da Mulher, e Danilo Campos da Luz e Silva, do cargo de coordenador de Saúde do Homem.
No entanto, corre nos grupos relacionados a redes independentes de saúde da mulher que toda a equipe teria sido exonerada.