A denúncia é da designer gráfica e colorista digital, Marina Amaral, nesta sexta-feira (26), em sua conta do Twitter. De acordo com a artista, uma foto de uma escrava feita por Alberto Henschel, que foi posteriormente colorizada por ela, foi usada pela cervejaria Dogma em imagem ilustrativa de um dos seus produtos, a cerveja Cafuza, cuja lata custa R$ 40.
“Vocês se lembram dessa foto tirada pelo Alberto Henschel que eu restaurei e colorizei? Pois é, alguém achou que seria uma boa ideia transformar o rosto dessa mulher escravizada, violentada, explorada e subjugada em imagem ilustrativa de lata de cerveja”, escreveu Marina.
Marina compartilhou ainda o texto de apresentação da cerveja: "A Cafuza Imperial India Black Ale reflete a miscigenação brasileira em sua receita, assim como os cafuzos resultaram da mistura entre índios e negros, nossa cerveja nasce da mistura entre uma Imperial India Pale Ale com maltes escuros de uma Stout", e comentou: “mas vá pra merda”.
Após a denúncia, a cervejaria foi muito criticada pelos internautas. Em resposta a uma internauta, o perfil da cervejaria escreveu que o rótulo foi desenvolvido “há muito tempo atrás (sic)” e que “no início desse ano após uma reavaliação da nossa linha decidimos retirar a cafuza da nossa linha fixa (sic)”.
A cervejaria afirmou ainda que a informação de que se tratava de uma mulher escravizada “chegou recentemente pra nós, mas a decisão de retirar essa cerveja da nossa linha já havia sido tomada”.